As mentiras contra o Hezbollah

Há muita gente usando no Brasil o “Caso AMIA”, por analogia, como “prova” de que o Hezbollah faz atentados até na América Latina e poderia, sim, ter planejado um no Brasil.

Mas vocês esqueceram que não houve conclusão das investigações argentinas? Não houve comprovação ou condenação judicial lá, seja do Hezbollah ou do Irã. A narrativa permanece uma anedota – uma anedota fortalecida pelos meios de comunicação filoatlantistas.

Aliás, importante dizer, que a Wikileaks revelou que toda a investigação foi acompanhada e influenciada pelos EUA. Interessante que mesmo sob o governo direitista do Macri, uma força-tarefa do governo, criada por ele, emitiu um relatório indicando que a investigação foi “viciada” por trabalhar a partir de pressupostos pré-determinados, por estar subordinada a influências externas e a pressões geopolíticas.

A conclusão foi que a pista Hezbollah-Irã no caso AMIA era extremamente frágil, carente de indícios sólidos, e que os EUA e Israel tiveram influência indevida sobre todo o processo investigativo e atrapalharam na tentativa de condução de uma investigação isenta e imparcial.

A ausência de comprovação e condenação, porém, não impediu o governo argentino de categorizar o Hezbollah como uma organização terrorista. Israel conquistou uma vitória geopolítica aí.

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Raphael Machado

Advogado, ativista, tradutor, membro fundador e presidente da Nova Resistência. Um dos principais divulgadores do pensamento e obra de Alexander Dugin e de temas relacionados a Quarta Teoria Política no Brasil.

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