Governo quer apoio popular contra Reforma Trabalhista, Selic e Campos Neto

Gleisi Hoffmann levantou pautas trabalhistas do governo em evento sindical no ABC Paulista. Projeto de estado ou demagogia?

No último domingo (23), em evento de posse da nova diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, a deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR), presidente de seu partido de esquerda neoliberal, convocou os trabalhadores brasileiros a lutarem pela revisão da Reforma Trabalhista, pela redução da taxa Selic e para pressionar o atual presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

Como anunciado pela própria Hoffmann na posse do ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, o governo busca um projeto de revisão da Reforma Trabalhista de 2016, ainda que conciliatório entre empregadores e trabalhadores. O principal problema em questão é a terceirização, que provocou insegurança jurídica, competição desleal e, especialmente no campo, trabalho análogo à escravidão. O governo também defende a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, a regulamentação dos trabalhadores de aplicativos e a reestruturação financeira dos sindicatos. Durante a 111.ª Conferência Internacional do Trabalho, Marinho chegou a buscar apoio internacional para uma revisão. Domesticamente, contudo, o senador Ciro Nogueira (PP-PI), presidente do tradicionalmente reacionário PP, já anunciou estar articulando resistência.

Uma mitigação da alta assustadora da taxa Selic deixada para trás pelo governo anterior é essencial para a economia brasileira. Ao reduzir a taxa básica de juros, o governo busca estimular o emprego, o adimplemento das dívidas do povo, os investimentos produtivos e o crescimento econômico. Com uma política monetária mais flexível, o país tende a se beneficiar de uma economia dinâmica e sustentável, favorecendo bem-estar da população e promovendo um ambiente propício para o desenvolvimento econômico. O mercado financeiro brasileiro, inclusive, já se prepara para a alta de ações de empresas brasileiras de setores como o extrativista, o imobiliário, o tecnológico e o varejista.

Roberto Campos Neto, contudo, tem outros planos para o Brasil, ou, melhor dizendo, contra o Brasil. Seu próprio nome já é agourento: seu avô era o entreguista patológico “Bobby Fields”, que viveu boa parte de sua vida nos Estados Unidos, começou sua carreira participando da famigerada Conferência de Bretton Woods e terminou-a num antecessor do PP, defendendo o fim do salário mínimo e a internacionalização do petróleo. Seu neto reproduz a tradição familiar, recentemente sugerindo uma internacionalização de ativos do BC que lhe rendeu pedidos de investigação pelo MP perante o TCU.

A Nova Resistência levanta constantemente diversas críticas ao atual governo, não apenas por suas posturas pusilânimes e entreguistas, mas também por sua distorção do trabalhismo e sua indiferença para com os princípios éticos e morais abraçados pelo povo brasileiro. Pensando isoladamente nos três sobreditos pontos, contudo, endossamos as três preocupações e ecoamos o chamado pela pressão popular.

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Luís Marques de Sousa

Jornalista dissidente.

Artigos: 596

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