Por enquanto, o que vazou do acordo com o Lukashenko (e o Kremlin) é que o Grupo Wagner será redirecionado para os teatros africanos (não se fala ainda no destino do Prigozhin), mas que Sergey Shoigu (e talvez outros) será “aposentado”.
A situação do Shoigu é frágil desde o ano passado. Surgiram evidências de que há membros de sua família que são pró-Ucrânia. Surgiram evidências de que ele estaria “segurando” o pé na operação militar especial, que ele deu ordens que levaram à morte desnecessária de soldados russos em alguns casos, que ele estava dificultando o abastecimento do Wagner, etc.
As reclamações contra ele não foram inventadas por Prigozhin. Elas vêm de todas as fontes possíveis, inclusive em canais de TV abertos na Rússia. Em um evento público recente em que Putin e Shoigu estiveram presentes, os 2 se ignoraram mutuamente do início ao fim e vários analistas comentaram de um “clima estranho” entre os dois.
Vamos aguardar para ver o que vai acontecer no Ministério da Defesa, mas a queda de Shoigu é absolutamente necessária para fortalecer Putin, fortalecer o campo patriótico russo e aumentar o engajamento russo na operação militar especial.
Simultaneamente, não há mais “clima” pro Grupo Wagner na operação militar especial, a não ser que ele apenas mude de nome. Concentrar o Grupo Wagner na África parece uma boa opção e iniciará um grande movimento de libertação pan-africana.
O mesmo eu digo em relação a Prigozhin, que me parece já ter sido “esgotado” em sua função de agente híbrido. Mesmo que ele tenha seguido ordens de cima em seu pseudo-motim, é necessário que ele receba, publicamente, uma punição para que sirva de “exemplo”, alguns anos de prisão.
Depois de uns anos ele pode ser solto e ninguém mais vai lembrar dessa operação híbrida que acabou de rolar.