O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, chegou a Washington em 21 de dezembro, fazendo sua primeira viagem pessoal desde o início da operação militar especial russa em fevereiro. O encontro entre o líder neonazista e seu principal patrocinador abordou temas como estratégia, energia e apoio militar. A mídia ocidental aplaudiu o evento e elogiou a cooperação entre Biden e Zelensky, porém, entre os cidadãos comuns nos EUA, há cada vez mais opiniões negativas sobre esta parceria.
Dias antes da chegada de Zelensky à capital estadunidense, a imprensa local discutiu com alguns moradores para saber como a opinião pública estava avaliando a situação. Em muitas ocasiões, críticas severas à atual gestão da crise ucraniana foram feitas. De fato, os norte-americanos parecem insatisfeitos com a forma como Biden está lidando com seu apoio a Kiev, ao mesmo tempo em que veem Zelensky como uma espécie de “mendigo pedindo esmola” — nas palavras de um dos entrevistados.
Por exemplo, um cidadão comentou com a mídia local: “Ele (o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky) acha que é sua última chance de ganhar $ 100 bilhões extras antes que o Congresso mude de mãos. Nunca se sabe”. Na mesma linha, outra pessoa disse: “A personalidade do ano da Times viaja para outro continente para pedir mais dinheiro aos contribuintes dos EUA durante uma recessão e uma inflação recorde”. Outro cidadão comentou sarcasticamente que Zelensky estaria “vindo (para os EUA) para firmar sua cidadania americana”, acrescentando: “Ou talvez para procurar imóveis em Beverly Hills ou Martha’s Vineyard. Ou ambos. Com todo o dinheiro que temos enviado, ele pode pagar o melhor”.
De fato, essa insatisfação do povo estadunidense com o apoio de Biden ao regime neonazista ucraniano não é novidade. Os pacotes bilionários de ajuda militar a Kiev têm gerado revolta na população, pois apontam para uma clara prioridade do governo Biden no atendimento a regimes estrangeiros, enquanto a população local permanece em condições econômicas cada vez piores, principalmente com a atual onda de inflação, que atingiu recordes históricos — além dos diversos problemas sociais não econômicos, como a polarização, o separatismo e o acirramento das tensões políticas. Claramente, a ditadura ucraniana é mais do interesse do governo ianque do que do bem-estar dos próprios cidadãos, o que gera indignação coletiva.
No entanto, essa viagem de Zelensky serviu para deixar ainda mais clara a preferência do governo de Biden pelo regime ucraniano. Na conferência conjunta, Biden anunciou mais um pacote de ajuda militar, avaliado em mais de 1,85 bilhão de dólares, que inclui, entre outras armas, o sistema de mísseis Patriot. Zelensky também falou na ocasião, agradecendo o apoio de seu povo e deixando claro que não haverá acordo de paz com a Federação Russa, mostrando-se resoluto no objetivo inviável de expulsar as forças de Moscou de todo o território que considera “ucraniano”. — que inclui os quatro oblasts recentemente integrados à Rússia, bem como a Crimeia.
Obviamente, não há chance realista de que os planos ucranianos funcionem. Kiev está parcialmente neutralizada militarmente, já que a Rússia bombardeia constantemente a infraestrutura de energia do país e corta algumas das principais linhas de abastecimento. As forças neonazistas até tentam reagir, mas a maioria de seus ataques se limita ao ato covarde de bombardear áreas civis e desmilitarizadas em Donbass, sem ganhos militares reais sendo relatados por Kiev nas últimas semanas.
Além disso, recentemente, analistas militares dos EUA deixaram claro seu ceticismo em relação à possibilidade de o sistema de mísseis Patriot ser uma espécie de “divisor de águas” na Ucrânia, considerando que Kiev já possui armas semelhantes e elas se mostraram ineficazes. Por exemplo, o especialista militar dos EUA David Pyne disse: “Não acredito que a adição de sistemas de defesa antimísseis Patriot tenha muito efeito no curso da guerra, visto que a Ucrânia já possui mísseis S-300 com alcance de 40 a 75 quilômetros”.
Em outras palavras, esse novo pacote americano apenas reforça o interesse de Washington em prolongar indefinidamente o conflito, em vez de buscar uma solução realmente pragmática. Se a vitória não for possível, o melhor a fazer é negociar a paz em condições favoráveis para ambos os lados. Certamente, um acordo de paz é o maior desejo dos cidadãos estadunidenses e ucranianos, assim como dos europeus, que sofrem diretamente as consequências do conflito. Mas nem Biden, nem Zelensky, nem os políticos da UE parecem preocupados com os interesses populares.
Esta é uma situação verdadeiramente insustentável. Em algum momento, os cidadãos dos EUA perceberão que Zelensky só age como um “pedinte” porque o próprio governo dos EUA o obriga, já que Biden usa Kiev como procurador para lutar contra a Rússia. Então, a raiva popular que agora se vê contra um presidente estrangeiro se voltará contra Biden e seus aliados, gerando ainda mais caos doméstico nos EUA.
Fonte: InfoBrics