O ex-ministro Aldo Rebelo acaba de lançar a obra “O Quinto Movimento: propostas para uma construção inacabada”. O livro defende a necessidade de um Quinto Movimento enquanto retomada da reconstrução do país, continuando quatro grandes movimentos históricos. Entre as propostas do Sr. Rebelo estão a liderança brasileira sobre o grande espaço sul-americano, a integração política, econômica, cultural e estrutural da América do Sul, e a expansão da influência brasileira sobre o hemisfério sul. Nossos camaradas têm acompanhado este lançamento e tomado parte neste debate vital para o país.
Estive no evento de lançamento da pré-candidatura de Aldo Rebelo à presidência da República. O político defendeu suas propostas contidas no livro-manifesto “O Quinto Movimento”.
Aldo defendeu que, para sair da grave crise institucional que paralisa o desenvolvimento do Brasil, seja realizada uma nova Assembleia Nacional Constituinte. Sua visão para a nova organização do Estado brasileiro é de tipo florianista (cesarismo, democracia participativa, industrialização e desenvolvimentismo).
As teorias da Nova Roma (Darcy Ribeiro) e da Raça Cósmica (José Vasconcelos) também foram citadas pelo pré-candidato como guias para um amplo projeto civilizatório em que a mestiçagem seja exaltada. A integração do grande espaço sul-americano é uma prioridade para a formação de um Estado-Civilização forte, próspero e elevado.
Segundo Rebelo, a construção da civilização brasileira já passou por quatro movimentos:
– Primeiro Movimento (1500-1750): foi a formação territorial e étnica, as bandeiras, as missões jesuíticas e a colonização do interior do continente;
– Segundo Movimento (1750-1822): ciclo do ouro, as revoltas pela independência, Inconfidência Mineira, a vinda da Corte Portuguesa e a proclamação da Independência;
– Terceiro Movimento (1822-1889): fundação do Império, construção do Estado Nacional, reunificação territorial, ciclo do café, formação artística, pacificação da Bacia do Prata e a abolição da escravidão;
– Quarto Movimento (1889-1985): proclamação da República, industrialização, marcha para o oeste, movimentos de massas, infraestrutura e desenvolvimentismo.
Atualmente, o Brasil se encontra em um interregno no qual perdeu o bonde da História. Agora, o autor propõe dar continuidade a essa obra que já dura cinco séculos através do Quinto Movimento, cujas propostas serão resumidas a seguir.
O livro “O Quinto Movimento” de Aldo Rebelo traz um esboço de suas principais ideias para dar continuidade à construção de uma grande civilização no hemisfério sul. São elas:
– Economia: reindustrialização e desenvolvimentismo (capital estatal, capital privado nacional e capital de bancos de desenvolvimento internacionais);
– Amazônia: colonização, infraestrutura, soberania e mineração;
– Forças Armadas: investimento, inteligência e ampliação;
– Ciência e Tecnologia: investimento em pesquisa;
– Educação: modelo pedagógico da Educação Nova, patriotismo, disciplina e hierarquia;
– Organização do Estado: Poder Executivo forte e diminuição da influência do Poder Judiciário e do Ministério Público;
– Relações Exteriores: liderança da civilização Iberoamericana, integração sul-americana e aumento da influência na Atlântico Sul;
– Desenvolvimento Social: exaltação da mestiçagem, integração dos indígenas à sociedade brasileira, combate às desigualdade através do acesso à boa educação e valorização da maternidade;
– Segurança Pública: promoção de valores solidários, acesso a cultura e esporte, e forte repressão à criminalidade.
Estas, sim, são verdadeiras propostas nacionalistas e patrióticas. São o alicerce sobre o qual pode ser edificada uma ampla frente nacional-trabalhista. Pelo que eu pude abstrair do discurso de Aldo Rebelo, os presidentes que mais o inspiram são Floriano Peixoto, Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek e Ernesto Geisel. Lembro-me de quando eu era um estudante do Centro Paula Sousa e participei de minha primeira manifestação contra o estamento da Nova República. Talvez o Quinto Movimento seja o novo arranjo pelo qual anseio desde aquela época.