O dia de hoje marca o término da mais sombria e terrível guerra travada por nossa espécie, e todos os povos que combateram nela possuem os seus heróis.
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Sempre nesta data — que é o Dia da Vitória —, eu comento algumas coisas que, para mim, são vitais.
Trata-se do sentido do heroísmo, que é vital aqui.
O herói é o homem dotado de virtù; aquele que supera a barreira do “medo da morte” para “dançar com a morte”, jogando sua vida em prol de algo que o transcende: seja a honra, seja a família, seja pátria ou simplesmente a glória.
Essa concepção tradicional de heroísmo não contempla qualquer divisão “herói/vilão”. Nas guerras, não existe embate entre heróis e vilões. Dos dois lados estão sempre misturados heróis, soldados, mercenários, robôs, covardes, feras e monstros — além de vários outros tipos e categorias.
Um dia como o de hoje, que marca o término da mais sombria e terrível guerra travada por nossa espécie, deveria ser um dia de reconciliação, onde os povos do mundo exaltam o orgulho de sua nação, os heróis de seu povo e recordam o sofrimento de seus pais e avós.
Sem preocupação com revanchismo, moralismo, culpabilização e ressentimento.
Quem trata a Segunda Guerra Mundial como uma “guerra moral”, uma “guerra pela humanidade”, “contra o mal”, ajuda a perpetuar o tipo de mentalidade que permite aos EUA policiar o mundo desde 1945 “para que uma nova Auschwitz nunca aconteça”, e está caindo naquela desumanização do outro que sempre semeia novas guerras a longo prazo.
Russos, americanos, britânicos, franceses, brasileiros, alemães, italianos, chineses, japoneses, húngaros, canadenses: todos os povos que combateram nessa terrível guerra possuem os seus heróis.