A Colômbia tem sido há décadas um dos principais títeres do imperialismo atlantista na América Latina. Nos últimos dias ela deu mais um passo para aprofundar essa dependência. Só que ao fazê-lo, ela colocou todo o continente em risco.
A Colômbia se tornou o primeiro “parceiro global” da OTAN na América Latina. Isso foi feito sob a justificativa de fortalecer o combate ao tráfico de drogas. Mas nós já demonstramos aqui que o tráfico de drogas, como o conhecemos, foi posto no lugar por agências e departamentos dos governos atlantistas.
O histórico do tráfico de drogas nos últimos 100 anos não permite equívocos. Os carteis, ao redor do mundo, foram criados, fortalecidos e operam com dinheiro, suporte técnico e inteligência vindo de organizações governamentais americanas. Salta aos olhos, por exemplo, o papel do Afeganistão ocupado no tráfico internacional de drogas.
O grande interesse da OTAN na América Latina, porém, é a Amazônia. Essa parceria global pode significar o início de exercícios militares conjuntos das potências atlantistas nas nossas fronteiras amazônicas, tal como o governo fantoche de Macri permitiu exercícios militares com o exército americano em nossas fronteiras austrais.
Isso mostra que, mesmo sob um governo absolutamente simpático ao Ocidente, o Brasil segue sendo mantido sob um cerco cujo objetivo é limitar e dificultar a projeção de nossa influência continental.
Tudo isso era, em alguma medida, previsto. As derrotas estratégicas das potências atlantistas na Eurásia, no Oriente Médio e no Extremo Oriente, naturalmente tem feito com que elas “retornem” sua atenção a seu “quintal”, que é o continente latino-americano, para aqui fortalecer bases de apoio e redes de influência, para tentar resistir à ascensão de um mundo multipolar.
A devida resposta à aproximação da Colômbia à OTAN deveria ser a construção, pelo Brasil, de uma aliança militar latino-americana, bem como a aproximação militar e estratégica com todos os países ligados ao projeto multipolar (especialmente Rússia, China, Irã, Síria e Coreia do Norte).
O Brasil deve resistir a este cerco!