Se preocupar com estar ou não estar apoiando projetos imperialistas contra outros países é coisa do passado, velharia do século XX. O negócio agora é se há uma porcentagem certa de negros, de mulheres, de transexuais, de gordos, de anões lançando bombas contra os miseráveis do mundo.
É isso que permeia o discurso da esquerda liberal ocidental. A mesma que defende bombardeios “do bem”, cruzadas “politicamente corretas” e intervenções “humanitárias” contra países não-ocidentais que cometem o “pecado” de possuírem costumes e tradições incompatíveis com as sensibilidades hiperdimensionadas do típico burguês ocidental estrogenado de nossa época.
Vocês, por acaso, já ouviram falar nas “mulheres curdas que combatem o ISIS e o ditador Assad” (dentro do contexto do projeto imperialista israelense-americano, e com armas, treinamento e apoio logístico das potências imperialistas)? Vocês por acaso estão informados sobre a inclusão de “pessoas trans” no exército americano? Vocês estão sabendo da participação de anões negros gordos na companhia mercenária Blackwater?
É isso que importa. O que importa é ter negros, mulheres, orcs e klingons na presidência da maior potência imperialista do mundo. A pauta fundamental é ampliar o número de milionários e bilionários entre os indígenas, os imigrantes, os deficientes mentais, as mulheres barbadas.
Faltavam “oprimidos” no governo Temer? Pois recebam uma ministra mulher e negra que acha que receber menos de 60 mil por mês é “trabalho escravo”. A casta bramânica dos intelectuais burgueses eleitores do PSOL vibra, comemora.
O Ocidente muda, mas permanece o mesmo. O mesmo afã por “salvar” o planeta inteiro, por ensinar, educar e doutrinar os “selvagens” do Terceiro Mundo no que é realmente “civilização”, permanece. Se antes era com puritanismo cristão e cientificismo, agora é com paradas gay, “lugar de fala” e microagressões.
Tanto faz se estamos diante de direitistas ou esquerdistas, as distinções já se dissolveram e, hoje, podemos testemunhar os máximos representantes da OTAN, principal aliança imperialista do mundo, braço armado do atlantismo, hasteando bandeiras LGBT, declarando seu compromisso com a diversidade e a inclusão.
Proud to mark #IDAHOT2017 today. #NATO is committed to diversity and inclusion – these values make us stronger and safer. pic.twitter.com/2Unp37Ec8N
— Rose Gottemoeller (@Gottemoeller) May 17, 2017
Não se preocupem. As futuras intervenções e invasões imperialistas serão extremamente inclusivas. Haverá enorme diversidade nos cemitérios que abrigarão as buchas-de-canhão que serão abatidas pelas forças internacionais das resistências patrióticas.