Como bem salienta o economista argentino Aldo Ferrer, a ideia do desenvolvimento implica em um processo de transformação da estrutura produtiva, pautado sobre o pressuposto da industrialização e comprometido com a incorporação, no tecido econômico do país, do conjunto das atividades técnico-científicas como alavancas deste mesmo desenvolvimento – por meio da inovação e do aprimoramento das cadeias produtivas. Sem isso, resta-nos a dependência da produção primária (commodities), que Aldo Ferrer denominava de “condenação ao atraso”, e dos investimentos estrangeiros.
E é meio óbvio que é justamente isso que a Junta #Temer quer para o Brasil: aprofundar sua dependência. Cortes orçamentários, contingenciamento do financiamento do CNPQ (prejudicando milhares de pesquisadores e cientistas), sucateamento de universidades, queda na abertura de editais de incentivo à pesquisa, entre outras coisas, desenham o quadro tenebroso em que se encontra a ciência nacional.
Com a ciência desmontada e com o financiamento em queda (e irrisório, se comparado com a cotação orçamentária dos serviços da dívida pública), nosso país nunca deixará de ser uma colônia, pois estará cada vez mais distante do desenvolvimento independente, endógeno, construído com suas próprias forças. Não passará de um detalhe na política internacional. Um eterno país agrário na divisão internacional do trabalho. Um miasma civilizacional, incapaz de realizar suas potencialidades e de guiar seu povo rumo à glória.
Não há Pátria sem Ciência!