A prisão de Assange é a morte do jornalismo independente

A traição de Lenín Moreno, presidente do Equador, e destruidor do legado do líder nacionalista Rafael Correa, levou à prisão de Julian Assange, fundador do Wikileaks e uma das figuras mais importantes do jornalismo independente de nossa era.

Os feitos do projeto de Assange são incontáveis. Os principais envolvem inúmeros crimes de guerra, inclusive provas do extermínio de civis no Iraque, Afeganistão e outras partes do mundo em números muito maiores do que os oficialmente admitidos pelos EUA. As revelações envolvem até o assassinato de jornalistas, como no caso do ataque de um helicóptero Apache no Iraque. A Wikileaks não expôs apenas o assassinato de civis, como também a tortura e estupro de civis nas prisões “secretas” que os EUA mantêm ao redor do mundo. A Wikileaks também fez o brilhante trabalho de expôr e-mails extremamente suspeitos que indicam a existência de um submundo pedófilo na elite global.

Outro dos grandes feitos de Assange foi a exposição do uso das embaixadas americanas ao redor do mundo como centrais de espionagem e mudança de regime. Esse aspecto interessa particularmente a nós brasileiros. Foi a Wikileaks quem expôs a sabotagem americana contra nosso programa espacial, bem como expôs que determinados políticos, como Michel Temer, e jornalistas, como William Waack, atuaram como informantes dos EUA, e que o Brasil é o país mais espionado do nosso continente.

Sem Assange, essas e outras revelações seriam impossíveis. Deve agora começar, para ele, uma “via crucis” que, se levarmos em consideração semelhantes casos anteriores, pode acabar até culminando com uma “morte misteriosa” ou até um “desaparecimento inexplicável”. O primeiro passo, o “limbo jurídico”, já está posto. Afinal, a Suécia não quer mais a sua extradição. E foi pelo pedido de extradição sueco que a Grã-Bretanha queria apreendê-lo. Agora, ele é apreendido por ter faltado a uma audiência sobre uma extradição que não está nem mais em jogo.

Enquanto isso, Zuckerberg, exaltado como homem do ano, faz o trabalho oposto ao de Assange. Expõe mensagens, dados e correspondências de seus clientes para grandes empresas e governos. Em alguns países europeus, se você tenta escrever sobre a União Europeia você recebe uma notificação do Facebook dizendo que você só pode escrever sobre a UE com autorização da própria UE.

As promessas britânicas de que ele não será extraditado para os EUA são confiáveis? É impossível saber. Só podemos afirmar que a Sinarquia jamais perdoa aqueles que atrapalham seus planos.

A prisão de Assange é um ataque devastador contra o jornalismo independente e a prova de que a hegemonia global liberal já se divorciou há muito de qualquer noção autêntica de democracia, e de que essa hegemonia se apresenta hoje como um verdadeiro sistema totalitário liberal.

Se pode acontecer com Assange, dentro de uma embaixada, por um pedido de extradição já retirado, pode acontecer com qualquer um de nós que tente expôr as verdades que a elite globalista tenta ocultar. Vemos, porém, que Julian Assange foi preso mas permanece altivo, orgulhoso e sereno, dando a aparência de estar disposto a aguentar qualquer provação e privação em prol dos seus ideais.

LIBERDADE PARA ASSANGE!

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Nova Resistência
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