O governo brasileiro tem travado uma longa e dura guerra contra o agricultor brasileiro. Nessa guerra, o governo tem atuado a serviço dos grandes latifundiários, dos bancos e da classe rentista parasitária.
O mais recente golpe do governo contra o agricultor brasileiro é a iniciativa de tentar relaxar as regras sobre uso de agrotóxicos no Brasil. Enquanto em boa parte do primeiro mundo, forças políticas se mobilizam cada vez mais pela limitação de seu uso, aqui, o lobby latifundiário possui grande influência sobre o governo.
Nada de positivo pode vir disso. Uma epidemia de câncer e de depressão, diretamente ligada ao uso de agrotóxicos, já vem devastando a classe campesina nacional. Nas áreas agrícolas das regiões nordeste e sul, a incidência de câncer, por exemplo, é várias vezes superior à média nacional.
A correlação entre agrotóxicos e uma série de problemas ambientais também é sabida, com vários deles sendo responsáveis por uma recente mortandade global de abelhas, que põe em risco incontáveis outras espécies (pela importância das abelhas nos ecossistemas como um todo).
Não obstante, o lobby latifundiário está conseguindo avançar com o projeto de centralizar a supervisão dos agrotóxicos no Ministério da Agricultura (atualmente ocupado por representantes do próprio lobby), reduzindo o poder da ANVISA e do IBAMA.
A Monsanto será uma das principais beneficiárias, já que ela é a principal produtora e fornecedora dos agrotóxicos utilizados pelo agricultor brasileiro. Os lucros dela aumentarão ainda mais, bem como seu controle sobre a agricultura brasileira.
Enquanto isso, os camponeses do Brasil, fonte de nossa alimentação, seguirão morrendo de câncer e se suicidando em ritmos alarmantes.