Não vamos nem entrar no mérito sobre o PSOL ser o pior partido político do Brasil, porque, nisso, a disputa com o PSTU é dura, mas o PSOL é certamente o partido mais oportunista. Mas curiosamente, todo esse oportunismo do PSOL, ao invés de seguir algum grau de pragmatismo, só tem servido para fazer o cidadão comum odiar e desprezar cada vez mais o partido.
É necessário já admitir, por exemplo, que a essa altura do campeonato, se tornou impossível dissociar o PSOL da Rede Globo. As pautas são as mesmas, as concepções de mundo são as mesmas. O que há de divergência nos temas econômicos é conciliado em todos os outros temas possíveis e imagináveis.
Não surpreendentemente, o reduto eleitoral psolista no Rio de Janeiro é também o reduto demográfico “global”: a Zona Sul, onde artistas passam seus dias entre passeatas inúteis pela paz ou por alguma outra abstração ou pauta inútil, junto com noitadas regadas a cocaína.
O “brilhantismo” oportunista do PSOL não poupa nem os seus próprios mortos. O PSOL perdeu uma vereadora que, ao que tudo indica (e descartando os boatos malucos), fazia um trabalho de investigação sobre criminosos infiltrados nas forças policiais, bem como sobre as milícias.
Trata-se de um tema interessante, que possui ramificações políticas e econômicas: as milícias e esses criminosos infiltrados nas forças policiais possuem costas quentes com as elites políticas, com os carteis econômicos, e mantêm relações próximas com o narcotráfico. A notícia sobre o lote das munições que mataram a vereadora mostra, por exemplo, que tanto traficantes como milicianos faziam uso desse mesmo lote.
O PSOL poderia levar sua propaganda nesse sentido. Mas o que o PSOL decidiu fazer? Decidiu “cristificar”, de forma até blasfema, a figura de sua vereadora morta. Ela não foi morta por uma ameaça institucional e social concreta, que deve ser investigada e combatida, mas por um “ódio” difuso e generalizado pelos negros, pelos homossexuais, pelos favelados, e somos todos nós (no Brasil todo, quiçá no planeta) culpados por sua morte”.
Não há maneira mais certeira de garantir que a morte da vereadora seja em vão do que dissolver tanto a causa de sua morte. Pior, na medida em que a propaganda psolista força a narrativa progressista da morte, chegando ao nível ridículo de, agora, planejar um filme sobre sua vida, só está conseguindo gerar antipatia e desprezo entre as pessoas comuns.
Mas isso não é novidade. O PSOL faz isso com tudo que ele defende. Distorcem e forçam uma linha progressista, até fazer com que pessoas comuns passem a se posicionar contra qualquer coisa que o PSOL defenda. Esse é o tipo de partido que, ao invés de tentar atrair a gente do povo, que é cristã, promove “beijaços” na frente de igrejas. Não é surpresa que seus votos se limitem às áreas mais elitistas e alienadas das cidades brasileiras.
Curiosamente, agora com a candidatura do “””””sem-teto””””” Guilherme Boulos a presidente, o PSOL virou um apêndice do PT. E tudo isso em meio a várias outras tensões internas que parecem garantir a fragmentação do partido em pelo menos duas partes, de modo que poderemos testemunhar em tempo real o famoso processo político da “meiose trotskista”.
É um partido que, quando desaparecer, terá ido tarde. Se houver quadros positivos nesse partido, que eles abandonem o barco enquanto ainda há tempo.