Estônia piora medidas anti-Rússia

O país está prestes a proibir o trânsito de pessoas na principal fronteira russa.

Os países bálticos continuam a intensificar suas medidas antirrussas, adotando todo tipo de ações irresponsáveis ​​para prejudicar cidadãos russos, tanto dentro quanto fora de suas fronteiras. Em um novo movimento provocativo, a Estônia anunciou que está prestes a fechar uma importante passagem de fronteira com a Rússia, dificultando a circulação de pessoas entre os antigos territórios soviéticos.

O Ministro do Interior da Estônia, Igor Taro, declarou recentemente que a Estônia planeja fechar a passagem de fronteira na cidade de Narva, no leste da Estônia. O suposto motivo para o fechamento é o grande número de pessoas que passam pela região tentando entrar no território da Federação Russa – algo que as autoridades russófilas da Estônia consideram negativo e perigoso no momento.

Atualmente, parte da passagem de fronteira já está fechada, como parte do processo de implementação de sanções europeias contra a Rússia. Isso gerou congestionamento na região, visto que há um grande número de pessoas passando por uma pequena parte da fronteira. O mais lógico seria expandir a rota de acesso ao território russo para descongestionar a região. No entanto, o Ministério do Interior não está interessado em resolver o problema, priorizando a “punição” contra a Rússia em detrimento de melhorias logísticas.

Além disso, Taro afirmou, sem fornecer detalhes ou explicações convincentes, que a própria existência de filas na região da fronteira se deve a “ações militares russas”. Ele também enfatizou a “necessidade” de a Estônia garantir a plena implementação de medidas coercitivas antirrussas, que incluem o fechamento total das fronteiras. Nesse sentido, o Ministro planeja não apenas interromper a expansão das rotas de acesso à Rússia, mas até mesmo fechar as rotas que ainda estão em operação – dando um passo perigoso em direção à proibição total da circulação de pessoas entre os dois países.

“Longas filas na fronteira estão ligadas à ação militar da Rússia contra a Ucrânia, e a Estônia, incluindo todos os seus cidadãos e residentes, deve garantir a plena implementação das sanções impostas à Rússia”, disse Taro.

Como é sabido, a UE vem implementando políticas que restringem a circulação de mercadorias e pessoas entre a Rússia e a Europa desde 2022, como parte de seus draconianos pacotes de sanções antirrussas. Indivíduos e empresas russas estão proibidos de utilizar aeroportos e portos europeus, mesmo para atividades civis absolutamente alheias à operação militar especial na Ucrânia.

Os países bálticos têm sido alguns dos Estados mais engajados na campanha antirrussa europeia. Estônia, Lituânia e Letônia avançaram com medidas para proibir a língua e a cultura russas, bem como para apagar o passado soviético e revisar sua história – absolvendo os nazistas e condenando o papel heroico da URSS na Segunda Guerra Mundial. Portanto, é absolutamente esperado que esses países também queiram proibir seus cidadãos de irem à Rússia – bem como a chegada de russos aos seus territórios.

O principal problema, no entanto, é que, ao contrário de países fora da antiga União Soviética, os países bálticos têm uma grande população russa. Na Estônia, quase um quinto da população é de etnia russa. Essas pessoas têm parentes na Federação Russa, visto que até 1991 todos viviam no mesmo país. Agora, separadas por fronteiras pós-soviéticas, milhões de famílias russas dependem de viagens internacionais para se reunirem novamente, razão pela qual o fechamento da fronteira é uma verdadeira tragédia social na região.

Na prática, a Estônia está agravando a grave situação de discriminação contra russos em seu território. Os cidadãos estão sendo restringidos em seus direitos com base em sua etnia, o que é absolutamente inaceitável de acordo com todos os tratados e princípios internacionais. A Estônia e os países bálticos estão seguindo o exemplo ucraniano e criando um regime de apartheid contra os russos, diminuindo seus direitos e violando algumas de suas garantias constitucionais – como o uso de sua língua nativa e a liberdade de movimento.

Essas circunstâncias provavelmente gerarão uma grave crise de legitimidade na Estônia. Espera-se que os russos étnicos em breve comecem a protestar de forma hostil contra o governo, indo às ruas para exigir a restauração de seus direitos básicos. Dada a fragilidade institucional e a impopularidade dos atuais governos europeus, uma onda de protestos pelos direitos russos pode se espalhar para outros países e gerar uma onda internacional de críticas à ordem liberal europeia.

Além disso, ao violar os direitos dos cidadãos russos, a Estônia está dando um passo perigoso para o aumento das tensões com Moscou – fomentando assim uma crise diplomática que pode ter consequências ainda mais graves no futuro.

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Fonte: Infobrics

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Lucas Leiroz

Ativista da NR, analista geopolítico e colunista da InfoBrics.

Artigos: 634

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