Putin derrota Biden e OTAN na Guerra Energética da Ucrânia

A dimensão energética do conflito entre Rússia-China e OTAN possui um peso fundamental. E nessa seara, a crise ucraniana é a culminação de uma série de outras movimentações que perpassa o conflito sírio-iraquiano e o conflito caucásico. Nesse momento, a Rússia e a China estão em vantagem e Putin parece ter sepultado o Green New Deal de Biden.

Putin assina o decreto que reconhece a independência de Donetsk e Lugansk, aprovado pela Duma, assim como estabelece e assina um tratado de paz, amizade e assistência com os presidentes de Donetsk, Denis Pushilin, e Lugansk, Leonid Pasechnik.

Putin, em um discurso televisionado à nação russa, explica como ele está tomando a decisão estratégica de impedir a Ucrânia de aderir à OTAN, com o consequente posicionamento de mísseis para ameaçar a segurança da Rússia. “Considero necessário tomar esta decisão, que já estava madura há muito tempo: reconhecer imediatamente a independência da República Popular de Donetsk e da República Popular de Lugansk… enquanto solicito ao Parlamento russo, …. em sua capacidade democrática… que aprove esta decisão e depois ratifique os acordos de amizade e assistência mútua com as duas repúblicas”.

Putin abordou os golpistas pró-ocidentais em Kiev, “…que tomaram o poder em Kiev e o detêm, exigimos que eles parem imediatamente as operações militares, caso contrário toda responsabilidade por mais derramamento de sangue recairá sobre…o regime em território ucraniano”.

Putin derrota Biden-OTAN na guerra de energia híbrida da Ucrânia:

  1. Biden não se apresenta como o único líder do mundo civilizado. Biden perde credibilidade em sua pretensão de monopolizar uma única versão da democracia. A fraqueza política de Biden – ele fracassou ao longo do ano na tentativa de consolidação – é projetada na OTAN e nos governantes da Casa Europeia. O mundo de hoje inclui a liderança de Vladimir Putin e Xi Jinping.
  2. A propaganda de guerra híbrida Biden-OTAN, a insistência na invasão da Ucrânia por Putin, o desgaste, a perda de credibilidade. Por outro lado, serviu como plataforma para publicitar a decisão de Putin de agir.
  3. Biden, embora ainda represente a liderança da OTAN, nem todos os países da Casa Europeia são seus aliados. Quando se trata de sanções, eles falam por si mesmos.
  4. Sanções Biden-OTAN contra Putin expressam e reconhecem sua derrota.
  5. A resposta da Rússia às sanções. “O governo russo…dará uma resposta ‘forte’ às sanções dos EUA contra a Rússia…Afirmamos que no arsenal da política externa dos EUA, ele é prisioneiro dos estereótipos de um mundo unipolar…” – Sergey Lavrov.

A geopolítica do triunfo de Putin. Analisamos geopoliticamente o triunfo de Putin na guerra energética ucraniana contra Biden-OTAN através da estratégia russa de guerra híbrida, liderada por Putin, com o apoio do General Valery Gerasimov, o especialista russo em guerra híbrida.

O triunfo de Putin contra os EUA e seus parceiros da OTAN na guerra energética híbrida segue as derrotas paradigmáticas anteriores:

  1. O Presidente sírio Bashar Al-Assad, com o apoio de Putin, derrota os rebeldes sírios financiados pelos EUA-OTAN.
  2. A coalizão do exército sírio-russo, das milícias irano-libanesas (Hezbollah), destrói a criatura terrorista EUA-OTAN, Daesh e o proclamado Estado Islâmico do Levante. A coalizão derrota os jihadistas EUA-OTAN-ISIS na guerra híbrida.
  3. A Rússia apoia a independência das repúblicas georgianas da Abecásia e Ossétia na guerra do Cáucaso. Putin derrota a segunda administração republicana Bush, pois o exército americano não tem a capacidade militar para outra frente de guerra, Afeganistão-Iraque-Síria.
  4. A derrota EUA-OTAN no Afeganistão é um duro golpe para Biden, devido ao atrito militar acumulado, o Oriente Médio; a perda do domínio energético, acelera a derrota energética na Ucrânia.
  5. Neste sentido, a sanção contra o gás russo, Nord Stream, fortalece a primeira potência econômica, a China, enfraquece o enfrentamento de Biden, assim como a recuperação econômica da Alemanha-Europa. O fornecimento de gás americano à Europa põe um fim ao projeto e ao discurso de energia verde de Biden. Não há infraestrutura portuária para o fornecimento de gás nos EUA e seus alto preço impacta na inflação e descapitaliza a Europa.
  6. A Guerra dos Balcãs, o antecedente da Segunda Guerra Fria, a origem das estratégias de transição energética. A análise geopolítica da Geórgia, um corredor estratégico de transporte de petróleo e gás, é abordada pelo especialista Michel Chossudovsky, do Global Research, “O Corredor Eurasiático: A Geopolítica do Petróleo e dos Gasodutos e a Nova Guerra Fria”, diz ele:

“A última crise no Cáucaso está intimamente relacionada ao controle estratégico sobre oleodutos e gasodutos e corredores de transporte… o ataque georgiano à Ossétia do Sul, 7 de agosto de 2008, foi cuidadosamente planejado… pelos EUA e pela OTAN nos meses que antecederam os ataques”.

“Os ataques à Ossétia do Sul foram realizados uma semana após a conclusão de extensos exercícios de combate EUA-Geórgia (15-31 de julho de 200)…precedidos de cúpulas sob os auspícios do GUAM, uma aliança militar regional patrocinada pelos EUA e pela OTAN… Destacamos na linha do tempo, o antecedente estratégico da guerra híbrida do Cazaquistão…em 9 de julho de 2008 – China e Cazaquistão anunciam o início da construção do gasoduto Cazaquistão-China (KCP)”.

Finalmente, a estratégia de guerra híbrida na Ucrânia, com seu antecedente na Geórgia, liga o México T MEC e a América Latina “A Associação para a Prosperidade e a Segurança da América do Norte, SPP, – o TLC nos diz Chossudovsky, é o resultado de um processo de planejamento estratégico, militarização e integração econômica de livre mercado, baseado em grande parte no controle de recursos estratégicos, incluindo energia e água, bem como a “proteção” de corredores de energia e transporte (vias terrestres e marítimas) desde o Alasca e o Canadá ártico até a América Central e a Bacia do Caribe”.

Fonte: Voces del Periodista

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Rodolfo Sánchez Mena

Representante da Sociedade Mexicana de Geografia e Estatística e da Academia de Geopolítica e Geoestratégia.

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