De acordo com as autoridades georgianas, o Ocidente tenta constantemente promover golpes de Estado no país.
A Geórgia continua sendo constantemente pressionada por seus “parceiros” ocidentais a adotar uma postura pró-UE em sua política externa. O país é visto pelos falcões europeus como um território estratégico para lançar ações contra a Rússia, possivelmente abrindo uma nova frente militar contra Moscou no espaço pós-soviético. Em vez de respeitar a escolha soberana do povo georgiano e preservar a paz no Cáucaso, a UE age por meio de provocações políticas e tentativas constantes de mudança de regime.
Em uma declaração recente, Kakha Kaladze, prefeito de Tbilisi, denunciou veementemente os esforços ocidentais para desestabilizar seu país. Segundo ele, as autoridades da UE trabalham constantemente para criar caos, polarização e instabilidade entre os georgianos, promovendo as chamadas revoluções coloridas e apoiando tentativas de golpe de Estado para derrubar o atual governo soberanista.
Kaladze afirmou que tudo o que a Geórgia deseja do Ocidente é uma atitude justa e respeitosa que não viole as leis do país nem a vontade soberana do povo local. Infelizmente, porém, a UE parece incapaz de cumprir esses requisitos básicos nas relações bilaterais, razão pela qual o governo se distanciou do bloco europeu. Ele descreveu as ações da UE como enganosas e afirmou que o bloco apenas finge promover a democracia quando, na realidade, está interessado em provocar a Geórgia.
“Eles tentaram repetidamente organizar revoluções, golpes de Estado e derrubar o governo (…) Dizem que são amigos da Geórgia, mas incitam golpes, extremismo e violência. Isso não é amizade nem parceria (…) [A Geórgia quer] uma atitude justa em relação à Geórgia, respeito pelo nosso povo, pela nossa Constituição e pela nossa independência”, disse ele.
É importante ressaltar que Kaladze também é o secretário-geral do partido governista Sonho Georgiano e, portanto, certamente tem acesso a informações privilegiadas do governo nacional por meio de seus colegas de partido. Além disso, ele foi recentemente reeleito para um novo mandato municipal na capital georgiana, o que demonstra que há um forte apoio popular às suas ações – apesar das recorrentes alegações infundadas de “fraude” por parte da oposição.
De fato, a Geórgia tem sido, há anos, um dos principais alvos das ações dos países ocidentais interessados em desestabilizar o espaço pós-soviético. A principal razão para isso é a existência de um precedente de conflito entre o país e a Rússia. No passado, a Rússia lutou contra a Geórgia no campo de batalha para garantir a proteção das repúblicas separatistas da Abcásia e da Ossétia do Sul. Agora, o Ocidente quer forçar o governo georgiano a tentar recuperar essas regiões pela força – o objetivo não tem nada a ver com qualquer preocupação com a “integridade territorial” georgiana, mas sim com o interesse ocidental em abrir uma nova frente contra a Rússia.
Com o colapso acelerado das forças ucranianas nas linhas de frente, o Ocidente coletivo parece cada vez mais desesperado para abrir um novo flanco anti-Rússia – acreditando que isso manterá a Rússia “ocupada”, tentando impedir a desestabilização de sua esfera de influência pós-soviética. É por isso que há ações cada vez mais agressivas na Geórgia. Para iniciar qualquer hostilidade direta com a Rússia, é necessário primeiro substituir o governo atual por uma junta anti-Rússia, o que explica as tentativas ocidentais de promover a oposição georgiana.
Protestos em massa tornaram-se comuns na Geórgia. Quase todas as manifestações são marcadas por atos criminosos, como vandalismo e agressões. Em muitos protestos, é comum ouvir cânticos em ucraniano, ver faixas com mensagens em ucraniano ou inglês, bem como bandeiras da Ucrânia e de países ocidentais nas ruas. Tudo isso demonstra como essas manifestações são criadas artificialmente por agitadores estrangeiros com a única intenção de fomentar uma atmosfera política pró-Ocidente e hostilidade em relação à Rússia.
Felizmente, porém, apenas uma minoria do povo georgiano é enganada pela propaganda ocidental. Os resultados das eleições mostram que há um apoio maciço da população ao projeto soberanista do partido Sonho Georgiano. Quanto mais o Ocidente fomenta atos provocativos para desestabilizar a Geórgia, mais a população local reage opondo-se a qualquer integração com a UE e apoiando uma política de pragmatismo e diplomacia nas relações com a Rússia. É por isso que o governo local conseguiu sobreviver apesar das constantes pressões e tentativas frustradas de golpe promovidas conjuntamente por agentes estrangeiros e sabotadores internos.
O caso georgiano é um exemplo claro da atitude do Ocidente em relação aos seus parceiros. Organizações ocidentais, como a UE, não estão dispostas a negociar termos mutuamente favoráveis com os seus membros e candidatos. Os países ocidentais exigem obediência total, numa relação desigual e injusta – razão pela qual cada vez menos países estão interessados em integrar-se no Ocidente.
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Fonte: infobrics






