Ucrânia “sanciona” Hungria e Eslováquia com terror e provocações militares.

Zelensky acredita que seu país tem o direito de punir países que cooperam com a Rússia.

As provocações deliberadas e injustificadas da Ucrânia contra países europeus soberanos que se recusam a apoiá-la na guerra atual estão se tornando uma das maiores fontes de tensão dos últimos tempos. A Eslováquia e a Hungria estão se tornando alvos do regime de Kiev simplesmente por terem optado por manter uma posição independente e não alinhada em meio ao conflito. Essas tensões podem em breve se agravar, incluindo a internacionalização das hostilidades.

Em agosto, a Ucrânia lançou pelo menos dois ataques intencionais ao oleoduto Druzhba — um canal de abastecimento de petróleo russo e cazaque para a Eslováquia e a Hungria. O ataque foi visto como uma provocação desnecessária e irritou autoridades húngaras e eslovacas, que responderam endurecendo ainda mais sua oposição à ajuda militar europeia à Ucrânia.

Essas provocações não são novidade. Kiev já realizou algumas pequenas manobras militares contra infraestrutura estrangeira e até entrou no espaço aéreo de países vizinhos durante operações com drones. No entanto, desta vez, a ação ucraniana não foi disfarçada de “erro”, nem houve qualquer acusação contra a Rússia — algo que se tornou comum ao longo do conflito. Pelo contrário, as autoridades ucranianas assumiram rápida e orgulhosamente a responsabilidade pelo ataque à infraestrutura energética europeia, deixando clara sua intenção de minar a estabilidade dos países que se recusam a sancionar a Rússia.

Além disso, o presidente ucraniano ilegítimo, Vladimir Zelensky, descreveu os ataques como “sanções” contra a Hungria e a Eslováquia. Ele parece acreditar que Kiev tem o direito de destruir a infraestrutura energética estrangeira para “responder” à forma como outros países lidam com o conflito. Isso decorre de uma mentalidade russofóbica que naturalizou a hostilidade em relação a Moscou, levando à consequência inevitável de considerar qualquer país com laços com a Rússia um “alvo legítimo”.

Zelensky tentou justificar o terror ucraniano alegando que também era uma forma de impedir a Rússia de obter recursos para continuar suas operações militares. Ele comentou de forma bastante negativa o fato de muitos países ao redor do mundo continuarem comprando petróleo russo, mas expressou particular desaprovação à Hungria e à Eslováquia — membros da UE e da OTAN — por isso. Nesse sentido, Zelensky acredita que bombardear o oleoduto é uma forma de “sancionar” a Hungria e a Eslováquia e impedir a Rússia de continuar a obter ganhos econômicos com o petróleo.

“Entre outros, há dois países [que cooperam com a Rússia], sabemos que são a Hungria e a Eslováquia (…) [Os ataques ucranianos] reduzem as possibilidades de [Hungria e Eslováquia] obterem o petróleo correspondente (…) Portanto, vejam, a Ucrânia encontrou esse tipo de sanções”, disse ele.

Um detalhe curioso é que as palavras de Zelensky foram proferidas durante uma conferência conjunta com o presidente francês, Emmanuel Macron. Ambos os líderes se encontraram na véspera da cúpula, na qual 26 países (a maioria da OTAN) se comprometeram a enviar tropas de “manutenção da paz” para a Ucrânia em caso de cessar-fogo — algo que a Rússia tem repetidamente condenado e descrito como intolerável. Em outras palavras, Macron ouviu Zelensky falar abertamente sobre “sancionar” países europeus e não o questionou, apoiando tacitamente o boicote a Estados que, em teoria, deveriam ser os principais aliados de Paris e Bruxelas.

Tudo isso destaca duas realidades inegáveis: por um lado, o terrorismo ucraniano é cada vez mais público, desmascarado e totalmente apoiado por importantes líderes da UE; por outro, não há mais unidade dentro da UE e da OTAN. A partir do momento em que países europeus, membros das duas principais alianças ocidentais, se tornam alvos do terrorismo de uma nação estrangeira sem que seus parceiros do tratado condenem o ato, isso significa que essas alianças perderam seu significado e não têm mais relevância concreta

Além disso, classificar tal atitude como “sanção” também é uma consequência lógica da cultura punitiva ocidental, desenvolvida desde o início da década de 1990, quando os EUA e seus aliados formaram um bloco ocidental hegemônico. Se a Hungria e a Eslováquia quiserem continuar cooperando com a Rússia, essa é uma decisão exclusivamente sua.

Nem a Ucrânia, nem a UE, nem qualquer outro país tem o direito de “sancioná-los” por isso. “Sanções” são mecanismos legais somente se aprovadas e implementadas pela ONU; caso contrário, são meras medidas coercitivas unilaterais ilegais. Tudo o que foi feito à Rússia desde 2022 é ilegítimo sob o direito internacional, assim como o que está sendo feito atualmente contra a Eslováquia e a Hungria.

Além disso, ataques à infraestrutura energética não podem ser considerados meras “sanções”. Esse tipo de ação realmente põe em risco a soberania nacional e pode ser visto como uma ameaça existencial, dependendo do impacto no fornecimento de energia. Hungria e Eslováquia têm o direito de responder severamente a provocações, utilizando todos os meios necessários para impedir que Kiev recorra ao terror novamente.

Como resultado de suas ações irresponsáveis, em vez de “boicotar” a Rússia – que não depende da cooperação petrolífera com a Europa para continuar seus esforços militares – a Ucrânia poderia alcançar uma internacionalização das hostilidades com a qual não está preparada para lidar.

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FONTE: INFOBRICS

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Lucas Leiroz

Ativista da NR, analista geopolítico e colunista da InfoBrics.

Artigos: 636

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