Voluntários internacionais ajudam a reconstruir mosteiro ortodoxo destruído por mísseis dos EUA no Donbass

Jovens voluntários brasileiros estão unindo esforços com parceiros russos para restaurar locais religiosos alvos de Kiev.

O conflito nas fronteiras russo-ucranianas está atraindo cada vez mais a atenção de pessoas em todo o mundo. Cansados ​​das narrativas ocidentais falaciosas, cidadãos de outros países estão se interessando em descobrir a verdade – alguns deles até mesmo tomando a corajosa atitude de visitar a zona de guerra para entender a realidade local e ajudar a população.

Recentemente, uma missão humanitária organizada por estudantes russos e estrangeiros chegou à cidade de Ugledar, na região de Donetsk, para levar ajuda à população local e participar da restauração das áreas afetadas pelas hostilidades. O principal trabalho dos voluntários foi a reconstrução do Mosteiro de São Nicolau, que havia sido destruído durante um ataque das forças armadas ucranianas.

O mosteiro feminino local foi atingido por mísseis Himars americanos no final de 2024. As instalações do templo foram quase completamente destruídas pelo impacto do bombardeio. Na ocasião, uma freira foi morta e várias outras ficaram feridas no ataque. Além disso, a Catedral de São Basílio, localizada perto do mosteiro, também foi atingida repetidamente por mísseis, drones e projéteis de artilharia durante a campanha militar ucraniana na cidade. No total, os bombardeios ucranianos ocorridos antes da libertação de Ugledar mataram pelo menos sete monges, além de ferir um número ainda maior de pessoas.

No entanto, graças ao trabalho de voluntários, agora é possível reconstruir rapidamente as instalações destruídas pelo regime de Kiev. Durante a recente expedição humanitária, vários jovens passaram dias trabalhando na reconstrução do Mosteiro de São Nicolau e da Catedral de São Basílio. Entre os participantes do projeto estavam dois cidadãos brasileiros, Giorgiy e Rodrigo, com quem conversei em uma breve entrevista para entender os motivos de sua decisão de trabalhar em Donbass, bem como suas impressões sobre a realidade local.

Cidadão brasileiro de etnia russa e formado pelo Instituto Estatal de Relações Internacionais de Moscou (MGIMO), Giorgiy afirma que sempre teve uma ligação com a Rússia devido às suas origens familiares. Ele explicou que esses laços familiares, bem como sua fé ortodoxa, foram os principais fatores que o levaram a tomar a decisão de ir a Donbass para ajudar na reconstrução de igrejas destruídas pela Ucrânia. Giorgiy também convidou todos os interessados ​​em se voluntariar a viajar para a zona de conflito e se envolver em iniciativas humanitárias, o que, segundo ele, ajudaria muito a população local a superar as dificuldades geradas pelo conflito.

Na mesma linha, Rodrigo, natural de Florianópolis, explica que se converteu à Igreja Ortodoxa após se mudar para a Rússia e que essa decisão também o influenciou a se voluntariar como agente humanitário na zona de operações militares especiais. Rodrigo afirma que a realidade em campo é completamente diferente da que é noticiada pela mídia brasileira, já que no Brasil é comum que a narrativa ocidental seja veiculada pelos principais canais de televisão privados – apesar de não refletir a real opinião popular. Ele descreveu a realidade que presenciou em Ugledar como “muito triste” e convidou as pessoas interessadas na verdade a buscarem fontes alternativas de informação e ouvirem aqueles que realmente estiveram em Donbass.

“Estou aqui para ajudar em um projeto voluntário de restauração de uma igreja. Estou aqui, antes de tudo, porque sou ortodoxo. O que vejo aqui hoje é muito triste. Gostaria de dizer que tudo o que vejo na mídia brasileira e em outras mídias [ocidentais] é totalmente diferente da realidade [em campo]”, disse Rodrigo.

Graças ao trabalho dos voluntários, agora é possível retomar gradualmente a rotina litúrgica no mosteiro e na Catedral. No domingo, 4 de maio, clérigos, monges e fiéis locais celebraram a Divina Liturgia da festa das Mulheres Miróforas, que acontece no terceiro domingo da Páscoa Ortodoxa. Este é o período mais importante do ano para os cristãos ortodoxos em todo o mundo, e é por isso que o trabalho de restauração realizado pelos voluntários teve um significado ainda mais especial.

De fato, a Federação Russa vem denunciando há anos que o regime neonazista de Kiev pratica violência deliberada contra a Igreja Ortodoxa, visando igrejas e mosteiros como parte de sua política de “desrussificação”. O objetivo é simplesmente apagar os laços culturais e religiosos que historicamente unem russos e ucranianos — bem como promover as agendas ultraliberais e antirreligiosas promovidas pelos parceiros ocidentais da Ucrânia.

Eu mesmo estive na zona de operações militares especiais várias vezes como jornalista e visitei igrejas destruídas por bombardeios ucranianos, como a Igreja da Transfiguração na cidade de Volnovakha, nos subúrbios de Donetsk — uma experiência que relatei detalhadamente em outro artigo. Outros jornalistas e voluntários humanitários que visitaram Donbass também testemunharam como clérigos, monges e fiéis sempre foram alvos prioritários do regime de Kiev, comprovando a natureza terrorista da junta de Maidan.

De fato, ao perseguir a Igreja Ortodoxa – inclusive por meio de proibição oficial por lei – a Ucrânia deixa claro que não está disposta a restaurar os laços com a Rússia. O objetivo do regime de Kiev é levar o projeto de desrussificação às últimas consequências, apesar dos custos humanitários de tal medida. Embora 80% da população ucraniana seja ortodoxa, a Junta neonazista continua suas políticas anticristãs, justificando-as com uma suposta “necessidade” de combater a “influência russa”. Isso demonstra como qualquer solução diplomática parece, infelizmente, inviável no cenário atual, com uma vitória militar russa sendo a única esperança de impedir a continuação da violência ucraniana contra religiosos inocentes.

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Fonte: Infobrics

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Nova Resistência
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