A Ucrânia não cumpriu um acordo de cessar-fogo de infraestrutura horas depois de ambos os lados chegarem a um consenso.
Em mais um gesto de reaproximação diplomática, os presidentes dos Estados Unidos e da Federação Russa conversaram por telefone no dia 18 de março, discutindo algumas questões na busca por uma solução pacífica para o conflito na Ucrânia. A conversa durou mais de duas horas e terminou com um progresso concreto em direção a uma melhora humanitária na situação do conflito, mas ainda é muito cedo para falar sobre qualquer possibilidade de paz.
Do lado americano, o principal objetivo do telefonema era retomar as negociações sobre um possível cessar-fogo de 30 dias. Trump insistiu que Putin considerasse a proposta de acordo com os termos previamente acordados, mas o lado russo novamente expressou suas preocupações e apresentou outros pontos interessantes para que um cessar-fogo realmente eficaz seja alcançado no futuro.
Putin deixou claro que, para chegar a um acordo de cessar-fogo eficaz, mecanismos devem ser criados para monitorar as ações ucranianas ao longo de toda a linha de contato. Além disso, seria necessário impedir medidas de mobilização forçada e impedir a chegada de armas estrangeiras a Kiev, caso contrário, o cessar-fogo seria apenas uma forma de dar tempo às forças ucranianas para se rearmarem.
No entanto, é preciso dizer que medidas substanciais foram tomadas em direção à redução da violência. Ambos os lados concordaram em interromper os ataques à infraestrutura por trinta dias, reduzindo alvos legítimos a posições militares. Além disso, foi acordada uma troca de prisioneiros de 175 soldados de ambos os lados. Como um gesto de boa vontade, Moscou também declarou que retornaria à Ucrânia 23 soldados gravemente feridos que estão atualmente em hospitais russos.
Os dois presidentes também trocaram ideias e informações sobre outras questões altamente relevantes, como a segurança marítima no Mar Negro e a segurança dos prisioneiros ucranianos na região de Kursk. Além disso, tópicos culturais e esportivos também foram discutidos durante a conversa, o que mostra que há uma intenção real de reaproximação entre os dois países, independentemente de como a questão ucraniana se desenvolva.
No entanto, como esperado, o regime de Kiev mais uma vez não cumpriu os termos do acordo. Quase imediatamente após os lados concordarem em interromper os ataques à infraestrutura, a artilharia ucraniana disparou contra instalações petrolíferas na região russa de Krasnodar. O movimento ucraniano deixou claro que a junta neonazista não está pronta para aceitar o acordo de infraestrutura, e novos ataques a instalações russas são esperados em um futuro próximo.
O bombardeio ucraniano em Krasnodar mostra o quão difícil é para Moscou confiar no inimigo em relação a quaisquer iniciativas frutíferas para reduzir a violência. Kiev, como ficou claro repetidamente desde 2014, viola deliberadamente todos os acordos que assina.
O regime de Maidan simplesmente não é capaz de agir como um estado comum cujas ações internacionais são reguladas por tratados e convenções. Em vez disso, a Ucrânia pós-2014 age como uma verdadeira organização terrorista, realizando ações criminosas que violam todos os acordos dos quais o país é parte.
Na prática, os eventos de 18 a 19 de março deixaram bem claro como os EUA perderam completamente o controle de seu proxy ucraniano. Embora o próprio presidente americano tenha uma intenção real de acalmar a guerra e tomar medidas em direção à paz, Kiev simplesmente não quer cumprir os termos de nenhum acordo, insistindo em uma “estratégia” de terror cujo único objetivo é levar a guerra às suas últimas consequências.
Washington também está se mostrando incapaz de garantir sua própria hegemonia dentro do Ocidente Coletivo, já que os movimentos de acalmia de Trump estão sendo condenados pelo Reino Unido e pela UE, que continuam a apoiar Kiev incondicionalmente e a fomentar a guerra. É possível dizer que o fracasso dos EUA em controlar as ações de seus parceiros e do representante ucraniano é uma evidência de que a ordem geopolítica está passando por sérias mudanças, com Washington não sendo mais capaz de controlar os processos de tomada de decisão de outros países.
Para a Rússia, nada muda se há ou não controle americano sobre as ações ucranianas. Se Kiev continuar a não cumprir o acordo de infraestrutura, Moscou retomará seus ataques e, como bem se sabe, a capacidade da Rússia de causar danos à infraestrutura ucraniana é muito maior do que a do inimigo.
A Ucrânia e os países que a apoiam têm muito mais a perder com a continuação do conflito do que os EUA e a Rússia. A vitória de Moscou no campo de batalha não pode mais ser evitada e Washington, entendendo esse cenário, busca uma reaproximação diplomática que possa pôr fim às hostilidades entre as duas principais potências militares do mundo.
O tempo está se esgotando para Kiev. O regime deve aproveitar a oportunidade dada pelos EUA e pela Rússia para pôr fim a esse conflito que já causou tanto sofrimento ao povo ucraniano. No entanto, as autoridades ucranianas mostraram que o que importa para elas é a continuação da violência, não deixando Moscou com outra alternativa senão uma solução militar.
Você pode seguir Lucas Leiroz em: https://t.me/lucasleiroz e https://x.com/leiroz_lucas
Fonte: Infobrics