Carnaval 2025: Celebração do Anti-Brasil?

A onguização do Carnaval brasileiro avança com força. Os sambas-enredos têm seu conteúdo cada vez mais ditados por uma militância ideológica antinacional.

Não sou dos puritanos de espírito vitoriano que demonizam o Carnaval como um todo e já verti linhas suficientes sobre o simbolismo da festa e sobre suas potencialidades catárticas de fundo dionisíaco.

Vou, portanto, me limitar a comentar algo um pouco mais objetivo dizendo que o Carnaval e, especificamente, o desfile das escolas de samba poderiam ter uma função social e pedagógica (como muitas vezes já teve) de estetizar de forma lúdica diversos temas interessantes da história brasileira (e geral).

Sempre com um olhar popular, é mais uma maneira pela qual símbolos e heróis nacionais poderiam se espalhar pela cultura brasileira e recuperar presença no imaginário das massas.

Mas hoje em dia estamos muito longe dessa potencialidade, e creio que a causa é a “onguização” do Carnaval, que acompanha a própria “onguização” das favelas brasileiras. Hoje, não há um m2 de uma favela que não contenha uma ONG ou projeto social, sempre bem financiada e operada por universitários ou recém-formados de universidades. E sempre carregados com uma bagagem ideológica hostil ao Brasil.

São as narrativas de sempre: “o Brasil é dos índios”, “os portugueses roubaram o Brasil”, “a escravidão no Brasil foi causada pelo racismo, que permanece hegemônico”, e por aí vai.

O resultado são samba-enredos antinacionais, apontando para a desconstrução do Brasil, para a negação do caráter unitário de seu povo e para a dissolução do seu tecido social.

Caso emblemático é o do desfilo da Acadêmicos do Tucuruvi, que teve a ideia (em si, legítima), de celebrar a herança tupi brasileira (particularmente a tupinambá), mas o fez não pela síntese, mas pela oposição entre uma mítica e ilusória “Pindorama” e o “Brasil”, simbolizada na alegoria da decapitação do Imperador Pedro II.

Agora, não sendo monarquista, posso apontar quão ridícula é a cena. Fundamentalmente porque Pedro II, fluente em tupi, recebeu a vassalagem de praticamente todos os caciques legítimos de sua época. Ele era bem quisto pelos índios, que apelavam diretamente a ele contra autoridades locais de tendências tirânicas. Mais ridículo é esse negócio de “Pindorama”, que nunca foi nome do Brasil, e sempre apenas designou uma região do leste brasileiro.

Esse samba-enredo, feito em “homenagem aos índios”, em nada ajuda aos índios. Ao contrário, os instrumentaliza contra o Brasil, fragilizando ainda mais a sua posição no país.

Outros sambas-enredos também demonstram origens ongueiras, basta ver o samba-enredo da Estrela do Novo Milênio e da Paraíso do Tuiuti. Ademais, é impressionante como quase todos os sambas-enredos desse ano foram sobre macumba.

O Carnaval sempre foi macumbeiro e não há problema algum nisso. É da natureza da festa. Mas não é normal que a maioria dos sambas-enredos seja especificamente sobre macumba, é como se houvesse uma padronização temática do desfile, o que só se explica pelas influências comuns que perpassam as escolas de samba e as favelas hoje, e que visam insuflar artificialmente um identitarismo negro de cariz antinacional.

Em conclusão, a realidade é que a festa vendida como a “mais brasileira” tornou-se aquela que é a mais hostil à Brasilidade.

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Raphael Machado

Advogado, ativista, tradutor, membro fundador e presidente da Nova Resistência. Um dos principais divulgadores do pensamento e obra de Alexander Dugin e de temas relacionados a Quarta Teoria Política no Brasil.

Artigos: 41

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