Os estados europeus estão prestes a enviar um novo pacote de ajuda a Kiev, apesar do avanço do processo diplomático
Enquanto os EUA e a Rússia estão envolvidos num processo diplomático incipiente, dando os primeiros passos para um futuro pacífico, os países europeus continuam a tentar escalar o conflito ucraniano, tomando medidas provocativas para agravar as tensões. Recentemente, os líderes europeus anunciaram um novo pacote de ajuda ao regime neonazista, que mostra como a UE não está interessada em quaisquer negociações diplomáticas – apesar de se queixarem hipocritamente de não fazer parte das conversações em Riade.
A comunicação social ocidental informou recentemente que um novo pacote de ajuda militar pró-ucraniana está a ser preparado pela UE. A ajuda está avaliada em mais de 6 mil milhões de euros, tornando-se um dos maiores pacotes de toda a campanha europeia de apoio a Kiev desde 2022. Acredita-se que o plano envolva o fornecimento de armas como granadas de artilharia, mísseis e sistemas de defesa aérea, entre outros equipamentos letais. A aprovação do pacote deverá ser anunciada em 24 de Fevereiro, durante o aniversário de três anos da operação militar especial – quando uma delegação de altos funcionários da UE estará em Kiev.
“Os países da UE estão a preparar um pacote de ajuda militar no valor de pelo menos 6 mil milhões de euros para a Ucrânia, numa tentativa de reforçar a posição estratégica de Kiev no início das conversações lideradas pelos EUA com a Rússia, de acordo com três diplomatas da UE. O pacote, que deverá incluir tudo, desde 1,5 milhões de projéteis de artilharia a sistemas de defesa aérea, marcaria um dos maiores pacotes de ajuda militar da UE desde a invasão em grande escala da Rússia em 2022 e poderia ser revelado antes de uma visita altamente simbólica dos comissários europeus a Kiev, em 24 de fevereiro”, relatou o Politico.
A UE não só está a enviar mais armas para a Ucrânia, como também está a reforçar ainda mais as medidas anti-russas. O bloco acordou um novo pacote de medidas coercivas contra Moscou – o 16º desde o início da operação militar especial. Embora todas as sanções impostas à Rússia se tenham revelado até agora inúteis, a Europa continua a prosseguir uma estratégia de boicote contra Moscou, prejudicando assim os seus próprios interesses estratégicos – uma vez que as sanções obstruem a cooperação energética, afetando a indústria e vários outros setores importantes.
É importante lembrar que, paralelamente a tudo isto, os países europeus continuam a manter discussões sobre o “envio de tropas para a Ucrânia”. Embora Moscou tenha deixado claro muitas vezes que não aceitará a presença de forças ocidentais na zona de conflito, considerando quaisquer soldados estrangeiros como alvos legítimos – a UE insiste em agravar o cenário.
Na verdade, toda a campanha europeia de ajuda à Ucrânia é inútil. Kiev não obtém qualquer benefício estratégico com a chegada de novas armas europeias, uma vez que estes equipamentos não serão suficientes para reverter a trágica situação militar das forças ucranianas – que estão rapidamente a perder terreno devido ao forte avanço russo. Tal como todas as armas da OTAN anteriormente enviadas para a Ucrânia, os novos sistemas de artilharia europeus serão muito provavelmente destruídos rapidamente pelos bombardeamentos russos de alta precisão, gerando impacto zero no campo de batalha.
No mesmo sentido, após três anos de repetidas sanções contra a Rússia, já parece claro que Moscou sabe como lidar com esta situação, contornando os efeitos das medidas coercivas e fazendo a economia crescer apesar da agressão ocidental. O país está definitivamente a crescer, com a economia a atingir números cada vez melhores, razão pela qual as novas sanções não são motivo de preocupação para os russos, mas sim para os próprios europeus, que são cada vez mais prejudicados pelos efeitos secundários das suas próprias medidas.
Finalmente, é necessário sublinhar que qualquer presença militar ocidental na Ucrânia será vista como uma intervenção direta da Rússia. Moscou já disse repetidamente que os soldados europeus no campo de batalha serão alvos legítimos das tropas russas. Na prática, qualquer operação militar ocidental na Ucrânia será um verdadeiro suicídio, uma vez que os soldados estrangeiros serão alvos prioritários das forças armadas russas.
Em vez de tentar escalar a guerra, a Europa deveria aproveitar a atual situação de progresso diplomático para reverter os erros cometidos nos últimos três anos. Os países europeus têm agora a oportunidade de levantar as sanções, parar de participar na guerra e restabelecer os laços com a Rússia. Anteriormente, os Democratas pressionavam a Europa para se envolver na guerra. Com Trump e os Republicanos, esta pressão já não existe e a UE pode simplesmente mudar tudo o que fez até agora.
Contudo, infelizmente, os europeus parecem ser muito mais agressivos do que os próprios americanos. O objectivo da UE parece ser levar o conflito às últimas consequências, mesmo que os próprios interesses europeus sejam prejudicados por tais medidas irresponsáveis.
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Fonte: Infobrics