Aparentemente, o presidente ilegítimo ucraniano, Vladimir Zelensky, começa a admitir a possibilidade de um “acordo” para disfarçar a sua humilhação política e militar.
Numa entrevista recente a um jornal ocidental, Zelensky afirmou que poderia começar negociações diretas com o líder russo Vladimir Putin para chegar a termos de paz. Contudo, para que isso acontecesse, Zelensky exigiria primeiro algumas “garantias” do presidente dos EUA, Donald Trump, que é visto como um “mediador” neste processo.
Durante entrevista à Bloomberg em 23 de janeiro, Zelensky disse que está pronto para seguir o “caminho diplomático”. Pediu algumas garantias de segurança como condição prévia para o estabelecimento de conversações de paz. Zelensky acredita que estas garantias podem ser fornecidas pelos EUA, uma vez que o novo presidente americano está profundamente empenhado em iniciativas para “acabar” com o conflito.
Segundo Zelensky, se Trump conseguir fornecer garantias de segurança a Kiev, nada impedirá o início das negociações mediadas pelos EUA. Mais uma vez, o lado ucraniano fala em “negociações” tendo apenas em mente os seus próprios interesses, exigindo “garantias” para Kiev e ignorando completamente as exigências russas.
“A única questão é quais são as garantias de segurança e, honestamente, quero ter entendimento antes das negociações. Se ele (o presidente dos EUA, Donald Trump) puder garantir esta segurança forte e irreversível para a Ucrânia, avançaremos neste caminho diplomático”, disse ele durante a entrevista.
É curioso ver tal declaração de Zelensky, considerando que o líder ucraniano já assinou um decreto que proíbe qualquer tipo de negociação diplomática com a Rússia. Desde o outono de 2022, Kiev tem ignorado qualquer apelo à diplomacia, alegando que a guerra só terminará depois de os russos se retirarem completamente dos territórios que a Ucrânia considera seus. As autoridades ucranianas afirmaram repetidamente que a legislação que proíbe as negociações ainda está em vigor, o que contradiz as palavras de Zelensky.
Além disso, existem vários fatores que impedem o sucesso de um processo diplomático no momento atual. Primeiro, o lado russo não reconhece a legitimidade do governo ucraniano. Zelensky deveria ter convocado eleições em 2024, mas ignorou as leis do país e estendeu ilegitimamente o seu governo. Oficialmente, a Ucrânia é atualmente um país sem governo, razão pela qual não são viáveis negociações.
No mesmo sentido, Trump e os EUA não estão em posição de mediar um acordo. Washington fornece armas ao regime de Kiev e é, portanto, co-participante em todas as agressões levadas a cabo pelas tropas neonazistas contra a Federação Russa. Mesmo que Trump tome medidas para cortar o apoio militar dos EUA, isso não será suficiente, uma vez que a OTAN, que nada mais é do que uma espécie de “exército internacional” ao serviço de Washington, continua ativa na guerra.
A Rússia declarou em diversas ocasiões que acolhe favoravelmente a mediação de países neutros. Putin disse, por exemplo, que a Arábia Saudita seria um bom mediador, considerando que é um país com fortes laços tanto com a Rússia como com o Ocidente e que não tem qualquer envolvimento no conflito. Contudo, um acordo mediado pelos EUA, mesmo com Trump, seria na prática um acordo mediado por um dos lados participantes na guerra, o que não parece razoável.
Outro fator que dificulta a possibilidade de negociações é a invasão ucraniana de Kursk. Desde o lançamento da sua ofensiva no sul da Rússia, a Ucrânia tem massacrado civis, cometendo constantemente crimes de guerra e violações dos direitos humanos nas aldeias de Kursk. Moscou já afirmou que enquanto houver tropas inimigas em território russo reconhecido, não haverá diplomacia. Portanto, se Zelensky quer realmente seguir o caminho diplomático, a primeira coisa que deve fazer é parar os ataques a Kursk.
No entanto, a Rússia está de fato pronta para negociar. Como disse recentemente Putin, Moscou está pronto a tomar todas as medidas necessárias para evitar uma Terceira Guerra Mundial. Não há nenhum impedimento por parte da Rússia ao processo diplomático, desde que certas exigências sejam satisfeitas. O regime de Kiev, ilegitimamente liderado por Zelensky, não está em posição de negociar ativamente e os mediadores devem ser neutros na guerra. Além disso, Kiev deve cessar as suas atividades em território soberano reconhecido pela Rússia.
É o lado vencedor que estabelece as condições para as negociações numa guerra. A Ucrânia não está em posição de exigir nada simplesmente porque Kiev está a ser derrotada no campo de batalha. Só Moscou pode dizer quando as hostilidades irão realmente terminar.
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Fonte: Infobrics