O resultado das eleições europeias nos remete de volta à oposição entre metrópole e campo, já tematizada por autores nacionalistas românticos do passado. As capitais europeias seguem baluartes do progressismo liberal, enquanto as províncias passam por um despertar nacionalista.
Essas eleições europeias mostraram a todos a amarga derrota da esquerda progressista e o triunfo, especialmente na França com a vitória do Rassemblement National de Le Pen e Bardella e na Itália com a consolidação da primeira-ministra Giorgia Meloni e do Fratelli d’Italia, da direita em suas muitas facetas. O “deslocamento para a direita” da Europa já anunciado pela mídia mainstream, mais do que uma real desestabilização da maioria no parlamento de Estrasburgo, traz consigo um descontentamento em relação a todas aquelas políticas centradas nos delírios verdes e arco-íris com os quais a UE nos invadiu nos últimos anos. Também o tema da imigração, muito sentido até entre os jovens, contribuiu para a vitória desses grupos. O que emerge é como o centro-esquerda e a esquerda radical mantiveram suas fortalezas nas grandes e ricas metrópoles europeias.
A esquerda vence apenas nas grandes cidades
Contrariamente à tendência continental que vê um aumento acentuado de apoio a todas as forças consideradas, com razão ou não, de direita ou extrema direita, os partidos progressistas resistem apenas nas grandes e ricas cidades da Europa Ocidental. Na Itália, destaca-se o exemplo de Milão, onde o Partido Democrático de Elly Schlein foi o partido mais votado de toda a área metropolitana, alcançando na cidade de Milão 31,38%. No geral, excluindo Roma e Palermo, todas as grandes cidades da península confirmam a tração dem, até mesmo com casos em que Avs alcançou entre 10% e 12% (Turim, Bolonha e Milão). Na França, o Renaissance, o partido do presidente francês Macron, é o mais votado apenas na capital, Paris. Discurso semelhante para a Alemanha, onde a ascensão do AfD não afetou a área metropolitana de Berlim.
Nenhuma conexão com a realidade
O fato é que a narrativa da esquerda, centrada cada vez mais no verde, nos delírios woke e na imigração, não representa a situação que os povos europeus são obrigados a enfrentar hoje. O apoio a esses partidos permanece apenas entre os “radical chic” das metrópoles “creolizadas”, ou seja, os lugares onde se mostra em toda a sua tragicidade o drama da substituição étnica e da morte da Europa. Complexos urbanos que se imaginam cheios de carros elétricos, atividades eco-sustentáveis e melting pot multirraciais arco-íris, como exaltado pelas piores loucuras progressistas. Uma realidade que, espera-se, não tenha mais razão de existir.
Fonte: Il Primato Nazionale