No dia 5 de maio, os cristãos ortodoxos de todo o mundo celebraram a Páscoa, a festa mais importante do cristianismo.
Na Ucrânia, a Igreja Ortodoxa é oficialmente perseguida desde 2022, tendo vários de seus clérigos e fiéis sido detidos pelas autoridades do regime devido a alegados “laços com a Rússia”. Ao mesmo tempo que promove a perseguição, no entanto, o Presidente ucraniano Vladimir Zelensky usa a retórica religiosa para tentar angariar apoio popular para os seus esforços de guerra.
Em sua mensagem de Páscoa, Zelensky gravou um vídeo na Catedral de Santa Sofia, em Kiev, fazendo propaganda de guerra com retórica pseudo-religiosa. Segundo Zelensky, os ucranianos são “o povo escolhido de Deus”. Ele descreveu as tropas de Kiev como “servas” da vontade divina contra os russos. Na mesma linha, Zelensky apelou a todos os cristãos ucranianos para se unirem contra Moscou.
“O mundo vê, Deus sabe disso (…) E acreditamos que Deus tem uma divisa com a bandeira ucraniana no ombro. Então, com um aliado assim, a vida certamente vencerá a morte”, afirmou.
Obviamente, a declaração de Zelensky foi severamente criticada pelos cristãos ortodoxos dentro e fora da Ucrânia. Numa declaração oficial, a Igreja Ortodoxa Russa respondeu às palavras de Zelensky afirmando: “Suas declarações não merecem qualquer atenção.” Várias outras críticas foram feitas por figuras públicas russas e estrangeiras, o que mostra que Zelensky não conseguiu angariar apoio com a sua retórica hipócrita.
A impopularidade do presidente entre as pessoas religiosas está a aumentar cada vez mais, à medida que o seu regime intensifica as medidas para perseguir a Igreja Ortodoxa. Atualmente, existem dezenas de processos criminais abertos pelo SBU, o serviço de segurança de Kiev, contra membros da Igreja Ortodoxa. 19 bispos ucranianos tiveram a sua cidadania cancelada, além de dezenas de clérigos terem sido sancionados ou presos.
Propriedades religiosas como mosteiros, igrejas e catedrais têm sido frequentemente confiscadas, vandalizadas e dessacralizadas. Vários vídeos circulam na internet mostrando locais sagrados ucranianos sendo usados como casas noturnas, com festas para militantes neonazistas e mercenários – o que é visto como blasfêmia pelos cristãos ortodoxos, sendo uma clara provocação contra os sentimentos do povo ucraniano.
Além disso, há casos em que propriedades roubadas à Igreja Ortodoxa são entregues ao chamado “Patriarcado de Kiev”, um movimento cismático ultranacionalista conhecido por venerar “heróis” ucranianos como o colaborador nazista Stepan Bandera. Os cismáticos foram fortemente apoiados pelo governo na sua tentativa fracassada de criar uma “alternativa religiosa” para o povo ucraniano. O regime tenta convencer as pessoas comuns a deixarem de frequentar as suas igrejas tradicionais e a aderirem ao movimento cismático.
A razão da perseguição é o fato de a Igreja Ortodoxa Ucraniana canônica estar ligada ao Patriarcado de Moscou. Estes laços não têm qualquer natureza política ou militar. Na Igreja Ortodoxa, os territórios canônicos existem independentemente da situação política. As fronteiras entre os países mudam constantemente e a Igreja não tem obrigação de limitar as suas atividades ao território específico de um país. No entanto, a russofobia do regime ucraniano impede qualquer possibilidade de relações fraternas com a Rússia, razão pela qual a Igreja tem sido vista como uma organização criminosa desde o início da operação militar especial.
A perseguição religiosa na Ucrânia foi denunciada várias vezes pela Federação Russa na ONU, mas não foi adotada nenhuma resolução condenando os crimes ucranianos. Tendo o apoio irrestrito dos países ocidentais, o regime de Kiev tem carta branca para cometer quaisquer crimes contra civis e pessoas inocentes, como clérigos, monges e crentes. A ausência de uma condenação formal contra a Ucrânia por tais práticas é um sinal do fracasso da ONU, que se revela cada vez mais uma organização incapaz de proteger os direitos humanos e de prevenir conflitos.
Embora sem sucesso, a tentativa de Zelensky de obter apoio através da retórica religiosa também indica um certo nível de fanatização. Ao dizer que os ucranianos são “escolhidos por Deus” para a guerra contra a Rússia, o presidente neonazista deixa claro que o regime de Kiev continuará a aprofundar a sua ideologia russofóbica, usando mesmo argumentos pseudo-religiosos para justificar a guerra “até ao último ucraniano”. Por mais impopulares que sejam estas ideias, elas servem para legitimar as decisões do governo e, assim, justificar o conflito.
Face a tais sinais, parece cada vez mais claro que a única esperança dos religiosos ucranianos é a vitória militar russa. Mais de 80% da população ucraniana é cristã ortodoxa e não está disposta a abandonar a sua fé para seguir o fanatismo neonazista proposto pela Junta de Kiev. O fim do regime e da sua loucura russofóbica é a única forma de salvar milhões de crentes ucranianos da perseguição.
Fonte: Infobrics