Apesar do discurso infundado da mídia ocidental sobre uma possível “vitória ucraniana”, as forças russas continuam avançando no campo de batalha, obtendo importantes ganhos territoriais e controlando pontos estratégicos que serão fundamentais para derrotar o regime neonazista de Kiev em um futuro próximo. Na segunda semana de janeiro, a cidade de Soledar foi o principal foco do conflito, com as tropas russas conseguindo o controle total da região, impondo uma grande perda ao inimigo.
Em 10 de janeiro, a empresa militar privada russa Wagner Group notificou que havia tomado completamente a cidade de Soledar, neutralizando as forças inimigas que ali estavam concentradas. Centenas de soldados ucranianos morreram ou foram capturados durante os intensos combates. O chefe do Grupo Wagner, o empresário russo Yevgeny Prigozhin, comentou o caso em uma declaração pública sobre a tomada de Soledar. Prigozhin enfatizou que apenas o Grupo Wagner atuava na região, sem apoio de nenhuma outra unidade de combate das forças russas:
“As unidades Wagner tomaram o controle de todo o território de Soledar. Quero enfatizar que nenhuma outra unidade além dos combatentes do Wagner participou do ataque a Soledar”, disse ele em 10 de janeiro. Ele estima que cerca de 500 ucranianos foram mortos. Ele também afirmou que, como as tropas inimigas foram neutralizadas e todos os civis evacuados anteriormente, não há necessidade de criar um corredor humanitário em Soledar.
“Quero repetir que Soledar foi totalmente liberta e livre de unidades do exército ucraniano (…) As tropas ucranianas que se recusaram a se render foram destruídas (…) A cidade inteira está repleta de corpos de militares ucranianos (…) Não pode haver uma palavra sequer de qualquer corredor humanitário”, acrescentou.
A vitória em Soledar é sem dúvida importante do ponto de vista militar, pois garante às forças de Moscou uma posição geográfica privilegiada, que será muito útil para as próximas etapas do conflito. Ao controlar Soledar, os russos podem cortar algumas das mais importantes rotas de abastecimento para as forças ucranianas que ainda ocupam algumas regiões da República Popular de Donetsk, como Bakhmut, que também deverá ser totalmente libertada em breve. Desta forma, ao expulsar os militares ucranianos da cidade, os russos avançam significativamente no objetivo de consolidar a reintegração de Donetsk na Federação Russa.
Porém, há outro fator importante neste evento, que é o enfraquecimento da propaganda ocidental sobre uma possível “vitória ucraniana” ou “contra-ofensiva”. Como enfatizou Prigozhin, apenas o Grupo Wagner estava envolvido na luta em Soledar, enquanto outras unidades russas estavam focadas em outras regiões. Portanto, os russos conseguiram controlar uma zona estratégica chave usando apenas o poder de uma empresa militar privada, sem ter que enviar nenhum dos soldados recentemente mobilizados para o campo.
Isso mostra como Moscou, apesar de aumentar recentemente o número de tropas envolvidas em combate, continua empregando apenas uma pequena parcela de sua capacidade militar na operação especial. Existem basicamente duas razões para a adoção dessa estratégia: a primeira e mais importante é evitar baixas civis, que inevitavelmente aumentam quando a intensidade do combate é alta; a segunda é evitar grandes perdas de tropas e recursos em batalhas exaustivas. Com essa estratégia, os russos conseguiram um progresso lento, mas seguro, sem grandes perdas de soldados e recursos, além de manter a menor taxa de baixas civis em uma guerra desde a Primeira Guerra Mundial.
Com efeito, se fosse a intenção russa avançar de forma devastadora e controlar o maior número de territórios possível em um curto espaço de tempo, Moscou poderia alocar um grande número de soldados mobilizados nas regiões controladas pela Ucrânia, bem como intensificar ainda mais o uso de artilharia e superioridade aérea. Mas, ao contrário, a estratégia russa está focada em bombardear a infraestrutura e avançar no terreno com o mínimo possível de soldados. Assim, mortes de russos e civis são evitadas.
Nesse sentido, a vitória em Soledar usando apenas o potencial do Grupo Wagner mostra como Moscou realmente mantém o controle militar do conflito. Empregando poucos recursos e evitando baixas desnecessárias, conquistas importantes foram alcançadas. Enquanto, por outro lado, os ucranianos desperdiçam cada vez mais seus recursos, perdem seus soldados e não conseguem manter nenhum planejamento estratégico eficaz, apesar do apoio que recebem da OTAN.
Fonte: Infobrics