Desmistificando preconceitos e estereótipos sobre o Sul

Neste artigo, o líder nacional da Nova Resistência - NR desmistifica esses preconceitos e estereótipos sobre o Sul e os sulistas.

O Sul é, de fato, “bolsonarista”, a maioria dos sulistas é “separatista” ou “racista”? Neste artigo, o líder nacional da Nova Resistência – NR desmistifica esses preconceitos e estereótipos sobre o Sul e os sulistas.

Eu acho bem curiosas essas associações que as pessoas de fora do sul fazem entre palavras como “gaúcho”, “alemão”, “racista”, “separatista” e “bolsonarista”, misturando tudo como se fosse a mesma coisa, e umas coisas se vinculassem às outras.

No mundo real, o Sul não é “bolsonarista”. Na verdade, o Sul aparece depois do Norte e do Centro-Oeste em apoio a Bolsonaro. O Sul aparece ali mais ou menos junto do Nordeste e do Sudeste em rejeição ao presidente brasileiro.

Outro ponto é que é uma minoria dos sulistas que defende o separatismo. Não obstante, a maioria tem orgulho de seus ancestrais separatistas, o que é bastante normal. O Sul viu dois separatismos: o farroupilha e o sebastianista do Contestado.

O separatismo farroupilha tinha como fundamento uma série de causas sociais, econômicas e culturais derivados do favorecimento de estrangeiros por parte do governo central em detrimento dos gaúchos.

Enquanto o Contestado foi um movimento messiânico que levou a uma revolta por conta também da penetração predatória estrangeira, favorecida pelo governo brasileiro, em detrimento das populações pobres do Paraná e Santa Catarina.

Nenhum desses movimentos teve conotação racial ou envolveu qualquer questão racial, ou “senso de superioridade” ou qualquer coisa do tipo.

A associação entre esses elementos e a figura do “alemão” é ainda bem mais curiosa. Os alemães, na verdade, foram centrais na luta contra os separatistas farrapos e demonstraram mil vezes sua lealdade ao Brasil. Entre os primeiros alemães que vieram estavam oficiais militares que, inclusive, serviram anteriormente ao imperador Napoleão, e entraram no serviço de Pedro II.

Hoje não há qualquer propensão maior de germano-brasileiros a serem separatistas. Uns poucos são, a maioria esmagadora não é, a maioria tem orgulho de suas raízes, mas ama o país que os acolheu.

Sendo sincero, como uma pessoa “de fora”, eu vejo toneladas de estereótipos e preconceitos quando as pessoas de outras regiões falam do sul.

Mas com o Sul “pode”, falar todo tipo de maluquice sobre o sul é politicamente correto.

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Raphael Machado

Advogado, ativista, tradutor, membro fundador e presidente da Nova Resistência. Um dos principais divulgadores do pensamento e obra de Alexander Dugin e de temas relacionados a Quarta Teoria Política no Brasil.

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