Nós vivemos na era do capitalismo totalitário. Se analisarmos corretamente a natureza do capitalismo, encontraremos imediatamente que ela é essencialmente totalitária. Isso, por sua vez, não faz do comunismo ou do fascismo menos totalitários. Não. Eles também são totalitários. Mas isto também não faz o capitalismo, ser menos totalitário. O capitalismo prescreve sua ideologia – individualismo, democracia liberal, sociedade de mercado, materialismo, relativismo, direitos humanos e etc. – como algo obrigatório e normativo com todo tipo de violência. Violência econômica, violência política (sistema ou estado capitalistas), violência moral, violência institucional (exílio de dissidentes). O fato de que o capitalismo é totalitário se revela quando não há mais nenhuma outra forma de totalitarismo – de cunho iliberal. Apenas então a essência totalitária do capitalismo pode ser totalmente compreendida – quando não há mais comparação com formas iliberais. A ideologia do totalitarismo capitalista é chamada liberalismo. E aqui estamos: vivendo no 1984 de Orwell, mesclado com o Admirável Mundo Novo de Huxley. O uso do termo ‘fascismo’ em tal situação é completamente enganoso. Os capitalistas totalitários – os verdadeiros mestres do real poder – o usam para destruir e demonizar dissidentes. O uso de tal rótulo é um método completamente totalitário de repressão – exceto raros casos onde grupos marginais, sobretudo por provocação, se autodenominam fascistas. Logo, os Antifa são legitimação de pura violência e atos de ódio. O ódio liberal trai sua própria natureza totalitária. O capitalismo deve ser destruído: comunismo e fascismo já foram. Então só existe uma forma de totalitarismo restante, e é ainda muito poderosa – o totalitarismo liberal.
Dugin – Só existe uma forma de totalitarismo restante: o totalitarismo liberal
