A Nova Resistência Brasil participou de um ato em memória às vítimas da tragédia de Odessa – ato esse realizado na República de Lugansk, na região de Donbass. O ato contou com a presença de autoridades como Oleg Konstantinovich Akimov (deputado do conselho popular da República de Lugansk e líder da federação de sindicatos); Anna Soroka (do Ministério de Relações Internacionais e que encabeça uma iniciativa que visa levar crimes como esse a tribunais internacionais); contou ainda com a presença do Sr. Lindemann (um parlamentar da Alemanha), Sr. Poppel (do Suworow Institut) e outros, além de ativistas da Indonésia, Estados Unidos, Irlanda e outros países.
Neste último dia 02 de maio completou-se 5 anos do massacre de Odessa, quando pessoas em um prédio sindical foram queimadas vivas por nacionalistas ucranianos. As vítimas foram principalmente ucranianos falantes da língua russa que protestavam contra o movimento “Maidan” e a favor dos direitos de autonomia da região de Donbass. Esse manifestantes anti-Maidan ocuparam um prédio sindical e grupos armados pró-Maidan, em meio aos protestos e conflitos, atearam fogo no prédio, causando a morte de várias pessoas. Estamos falando de grupos armados apoiados pelo próprio governo ucraniano, como o infame Batalhão Azov. As imagens dessa tragédia foram uma espécie de gota d’água para a população russófona da Ucrânia.
O local escolhido para lembrar a tragédia de Odessa não poderia ser mais apropriado: o ato foi realizado em frente ao lugar no qual estão enterrados moradores de Donetsk que faleceram durante ataque ucraniano: durante o ataque, a cidade ficou sem energia elétrica por dias, não havia como manter corpos no necrotério sem refrigeração, o acesso seguro a outros locais era tornado impossível pela ofensiva. Nesse cenário dramático, vários corpos – alguns impossíveis de serem identificados – foram enterrados numa espécie de grande cova coletiva, junto da qual foi posteriormente erguida uma capela em memória aos mortos.
Moradores seguraram cartazes com fotografias dos mortos (de Lusgank) e flores foram deixadas no Memorial em homenagem a eles. Um morador que estava em Odessa no dia da tragédia ofereceu seu relato.
Realizar o ato em homenagem às vítimas de Odessa em frente a tal local em Lugansk conectou de forma poderosa as duas tragédias – ambas perpetradas pela mesma entidade: a junta que atualmente governa a Ucrânia, com a cumplicidade da União Europeia e dos EUA.
No mesmo dia, visitamos a Biblioteca principal e uma exposição de pinturas feitas por artistas locais retratando os horrores do conflito vivenciados por eles, desde 2014.
Na ocasião, o deputado Lindemann, da Alemanha, ressaltou que tais crimes precisam ser divulgados constantemente, para romper o bloqueio de informações que cerca Donbass
A história da Ucrânia é complexa – o Estado ucraniano independente só existe historicamente desde o fim da segunda guerra mundial. Uma grande parte da população da Ucrânia fala russo e sempre houve laços históricos entre Rússia e Ucrânia, mesmo ao longo de toda a experiência soviética. Contudo, o movimento nacionalista ucraniano, seguindo os passos de Stepan Bandeira, tem promovido uma campanha de “ucranização” feroz e ódio a tudo que é russo – campanha essa, que, na prática, só fez colocar a Ucrânia de costas para seus vizinhos na sua área cultural eslavo-oriental e inseri-la numa “integração” com o Ocidente que, na verdade, não lhe trouxe benefícios e antes colocou-a em situação de desvantagem. É um “nacionalismo” que se coloca a serviço do globalismo – de uma União Europeia ocupada pela OTAN e do sionismo internacional
Principalmente desde 2014, com a chamada “Revolução de Maidan”, o governo ucraniano, com o apoio dos EUA, tem perseguido a sua população falante de língua russa. A perseguição a essa minoria tem adquirido os contornos de um conflito étnico. A escalada desse conflito leva ao aprofundamento duma guerra civil, a chamada Guerra de Donbass. Donbass é a região no leste da Ucrânia, na fronteira com a Rússia, na qual a esmagadora maioria da população fala russo. Milícias populares formadas principalmente por soldados, bombeiros e trabalhadores se armaram para se defender do ataque de grupos nacionalistas ucranianos paramilitares, como o chamado Batalhão Azov, uma milícia filo-nazista que foi oficialmente incorporada à Guarda Nacional ucraniana. Inicialmente as suas reivindicações eram de um certo federalismo e de respeito à sua cultura – como, por exemplo, o direito de ter o ensino de língua russa em suas escolas locais, além do ensino de língua ucraniana. Atos simbólicos como cultuar oficialmente como heróis figuras como Stepan Bandera, carniceiros dos falantes de língua russa, empurraram essa população cada vez para mais longe do atual Estado ucraniano. Com a escalada de terrorismo de Estado do governo ucraniano, a população de Donbass se insurgiu e, através de milícias com amplo apoio popular, proclamou duas repúblicas: Lugansk e Donetsk – repúblicas que hojem lutam para sobreviver ao ataque ucraniano com apoio americano e europeu, a sanções e bombardeios. É uma luta impossível. E, no entanto, o povo de Lugansk e Donestk está vencendo essa luta.
A luta impossível de Donbass é a mesma luta do povo sírio – que também está vencendo. Pode ser que amanhã se torne a nossa luta, na América do Sul. Essa luta é a luta de todos os patriotas do mundo contra o globalismo.
LIBERDADE! JUSTIÇA! REVOLUÇÃO!