Enquanto a democracia falha com seu povo, um número crescente de pessoas está preocupado com a imigração, com a pobreza e com o futuro de suas crianças. As chances de uma revolução pacífica estão aumentando conforme a tensão se acumula, e se Alemanha e Reino Unido seguirem a onda, este poderia ser começo de uma revolução da classe trabalhadora em plena Europa.
É surpreendente a facilidade com que os protestos contra o aumento das taxas de combustível na França conseguiram se espalhar para Bélgica e Holanda. As manifestações de pessoas trajando coletes amarelos sinalizam uma grande insatisfação popular com o governo — os protestos contra o aumento dos combustíveis na França tornaram-se também, parcialmente, protestos anti-Macron.
Em seu governo, os tributos estão maiores, ao passo que ele se abstém de proteger o povo francês e sua cultura. O mesmo acontece com a Bélgica e a Holanda. Seus líderes conduzem seus países como empresas modernas: lucrar é visto por eles como sinônimo de sucesso. Mas, enquanto isso, alguns assuntos muito mais importantes estão sendo ignorados, e um número crescente de pessoas está preocupado com a imigração, com a pobreza e com o futuro de suas crianças.
Muitas dessas pessoas não podem ser classificadas por seu direcionamento político. Elas podem ser de esquerda ou de direita, mas a maioria compartilha de pelo menos uma característica: são gente de classe média que trabalha arduamente — um grupo, diga-se, muito precariamente representado na Europa Ocidental: a mídia os denomina de xenófobos, anarquistas de direita e de extrema-esquerda, e os políticos parecem não os ouvir, paralelamente ao fato de que alguns de seus partidos são banidos das coalisões governamentais.
Tamanho déficit democrático conduz a uma tensão que principalmente os políticos globalistas não enxergam, já que estão com os olhos voltados para o comércio, a ONU e as relações internacionais.
A história é completamente diferente na Europa Oriental ou Central. Enquanto são chamados de regimes autoritários pela mídia convencional e pela União Europeia, Hungria e Polônia parecem realmente ouvir seus povos. Um referendo na Hungria mostrou que 98% das pessoas não querem migrantes e refugiados e o governo aceitou isso. O Primeiro Ministro húngaro, Orban, disse que iria até Bruxelas com este resultado democrático “para assegurar que nós não deveríamos ser forçados a aceitar na Hungria pessoas com as quais não queremos viver”.
Mas nos países da Europa Ocidental, a insatisfação aumenta a cada dia. Nunca houve referendos para a aceitação de centenas de milhares de refugiados e parece que uma maioria silenciosa é obrigada a lidar com os terríveis efeitos colaterais de tudo isso — assim como são obrigadas a lidar com tributos mais altos e líderes globalistas que não colocam em primeiro lugar os interesses de seus países, mas sim os da União Europeia.
Enquanto a democracia falha com seu povo, as chances de uma revolução pacífica estão aumentando conforme a tensão se acumula. Há muito tempo algo tão promissor como os protestos dos Gilets Jaunes não aparecia na Europa. Se a Alemanha e o Reino Unido se juntarem à França, Bélgica e Holanda, este poderia ser começo de uma revolução da classe trabalhadora.
Tradução: Franciele Graebin
Eu sinto em textos classistas um forte cheiro de mofo.