A paz se aproxima da península coreana. Através de uma intervenção “humanitária”? De uma invasão? De uma revolução colorida? Não, a partir do entendimento e acordo entre dois Estados soberanos. É o que acontece quando se reduz a intromissão americana nas querelas geopolíticas.
Ao longo dos últimos anos, com o objetivo de garantir sua segurança, sua soberania e um caminho digno rumo à paz, a Coreia do Norte vem investido no desenvolvimento de armas nucleares. Eles conseguiram alcançar todos os seus objetivos. Já são capazes de lançar mísseis em outros continentes.
Abandonar os testes nucleares hoje, portanto, com a missão já cumprida é vitória norte-coreana e não dos EUA, como eles tentam fazer parecer. As bravatas de Trump mais atrapalharam este processo do que qualquer outra coisa, já que tentativas de aproximação entre as duas Coreias já vinham ocorrendo há uns anos.
Como já demonstramos em outra ocasião, a população sul-coreana tem estado cada vez mais contrária à presença americana na península, considerando essa presença como uma provocação e um empecilho para a paz. Protestos anti-americanos têm sido frequentes nos últimos anos. Nada além da verdade.
O caminho da paz coreana passa pela reconciliação entre norte e sul. E nenhuma reconciliação é possível sob uma constante ameaça de invasões, bombardeios e intervenções. Se o único meio de garantir isso era cuspindo na cara da comunidade internacional por meio de testes com armas nucleares, então é assim que deveria ser.
Um líder deve fazer tudo que seja possível, até mesmo violando todas as normas internacionais, para garantir a sobrevivência de seu povo e a soberania de seu país.
O realismo norte-coreano superou o cruzadismo neocon e agora o caminho para uma paz estável na península está aberto. Fala-se até mesmo, eventualmente, em uma reunificação. Uma reunificação confederativa pautada pela preservação das estruturas e superestruturas fundamentais dos dois Estados, mas reunindo recursos, técnica e objetivos geopolíticos. Um resultado certamente temido pelos EUA.
Sigamos o exemplo coreano! Quem possui armas nucleares dita as regras e possui as rédeas do próprio destino!