A “Frente Ampla” de Lula abomina o Trabalhismo

Sobre o "Lupi-peleguismo" e o ataque do Estadão à tradição nacionalista-trabalhista.

Sobre o “Lupi-peleguismo” e o ataque do Estadão à tradição nacionalista-trabalhista. Lutar por direitos sociais não é “obscurantismo”.

Um leve movimento do recém empossado ministro da Previdência Social Carlos Lupi no sentido de propor a reversão da mal fadada “Reforma da Previdência”, acendeu o sinal de alerta dentro do próprio aparato governamental e a ira de mídias aparentemente tão distintas como o portal Brasil 247 e o Estadão.

Os primeiros “bombeiros” do Sistema que vieram a público foram Rui Costa (ministro da Casa Civil) e Alexandre Padilha (ministro das Relações Institucionais), ambos refutando qualquer viabilidade de alteração nos pontos da Reforma, conforme sugerido pelo ministro da Previdência Social que preside também o PDT.

O desmentido de Padilha, deu-se através de entrevista a Globo News, que funciona como uma espécie de porta-voz das tendências e vontades do Mercado. Outros componentes do recém formado Ministério do governo Lula 3.0 também descartaram a possibilidade de uma revisão da Reforma da Previdência, todos com o aval do presidente da República, que pretende “afinar” o discurso do governo afastando qualquer ameaça a um texto previdenciário que é, em essência, contrário a direitos obtidos com lutas pela classe trabalhadora.

Fazendo eco à reação governamental, órgãos de comunicação extraoficiais também passaram a ridicularizar a proposta e a “fritar” a própria figura do ministro Lupi. Destaque para o editorial do portal do Estadão (jornal o Estado de São Paulo) que chamou Lupi de devoto do Brizolismo, classificado como uma “seita política retrógrada”, e perigo em potencial no combate ao déficit previdenciário.

A Nova Resistência defende que um pilar fundamental da construção de uma nação soberana e desenvolvida são as conquistas trabalhistas. O Brizolismo, longe de ser alguma obscura e retrógrada “seita política”, é um viés importantíssimo na busca de uma referência na militância nacionalista. Viés que representa uma continuidade histórica das conquistas capitaneadas por Vargas e que forma a própria essência original do PDT.

É por essa visão militante de um projeto nacional-desenvolvimentista firmemente enraizado em um passado histórico que não representa retrocesso algum, mas o anseio pela autodeterminação brasileira (e em um espectro geopolítico mais amplo, ibero-americana), que a NR manifesta sua solidariedade aos que se batem dentro do próprio PDT contra o fisiologismo que o tem corroído, entre os quais estão alguns de nossos camaradas, e que buscam colocar o partido numa via de independência e protagonismo ideológico. Nesse sentido, Carlos Lupi não tem correspondido às nossas expectativas de forma alguma. Durante a campanha, deu mais ouvidos aos detratores dentro e fora do PDT, acatando acusações infundadas (que ele sabe infundadas) de entrismo feitas contra a Nova Resistência e nos ameaçando de expulsão, enquanto fez vistas grossas aos vários filiados que ignoraram a candidatura própria do partido e apoiaram certo adversário e notório sabotador do PDT já no primeiro turno. Após ter permitido o esvaziamento da candidatura presidencial alternativa do próprio partido e a infiltração de liberais que desvirtuaram a missão histórica e o papel do PDT na política brasileira, Lupi preferiu aceitar um cargo ministerial nesse governo pelego e refém de rentistas do que tomar a decisão mais coerente de compor uma oposição trabalhista e combativa. Como pagamento ao seu comportamento pusilânime, Lupi se viu desautorizado em menos de uma semana.

Por tudo isso, cada vez aumenta mais entre os pedetistas o questionamento a sua permanência prolongada na liderança de um partido que traz o peso simbólico das maiores conquistas da nação e dos trabalhadores brasileiros.

Apoiamos com vigor a chama do trabalhismo histórico que ainda sobrevive como um ideal de matriz nacionalista que sobrevive aos ataques e sabotagens internos e externos. Combateremos os que querem fazer parecer ao povo brasileiro que a luta pelos seus direitos e pela emancipação nacional é algo obscuro, sectário ou vergonhoso. Nesses tempos obscuros, a única saída para o PDT, por tudo que representa, é ser reconduzido ao seu propósito original e assim participar do movimento que levará o Brasil a sua reconstrução e glória merecida.

Em tempo: o Trabalhismo será sempre cancelado pela esquerda e pela direita liberais, porque ele é nacionalista em essência. Entendam: PDT será bode expiatório dessa escória com ou sem a NR, com ou sem Ciro Gomes, a menos que se descaracterize completamente e decrete o próprio fim de uma vez.

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Nova Resistência
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