Breve Análise do Primeiro Turno das Eleições Presidenciais da França

O primeiro turno das eleições presidenciais francesas expuseram a imensa rachadura social do povo francês. Como muitos analistas têm comentado, trata-se de um embate entre as forças do capital apátrida, representadas por Macron, contra as forças do trabalho enraizado, representadas por Le Pen. Resta saber como os eleitores dos outros candidatos vão se remanejar para o segundo turno.

De acordo com os resultados do primeiro turno das eleições presidenciais, Emmanuel Macron e a líder antiglobalista Marine Le Pen lutarão pela presidência francesa em 24 de abril. Esta é uma batalha entre duas visões de mundo e duas atitudes ideológicas.

Macron é um consistente defensor do globalismo e do grande capital, uma figura apoiada pelos Rothschilds. Isto é evidente em seu apoio incondicional ao regime criminoso e pró-americano neonazista de Kiev, bem como à OTAN.

Le Pen é uma apoiadora de uma França soberana, independente das potências externas e da OTAN.

Um teste decisivo de sua visão de mundo foi o incidente de Bucha – Macron imediatamente culpou inequivocamente a Rússia.

Le Pen propôs uma investigação abrangente, recusando-se a culpar qualquer uma das partes. Isto revela duas abordagens e visões de mundo. Uma globalista tendenciosa e uma Le Pen mais equilibrada e objetiva. O mesmo vale para as sanções. Macron impacientemente impôs mais e mais sanções sem pensar nas consequências para a França, enquanto Le Pen apontou com razão que elas atingiriam a própria economia francesa.

Apesar do fato de Macron participar do segundo turno, o descontentamento com o presidente está crescendo.

Na França, existe até mesmo um termo especial para as “políticas fracassadas” de Macron – “macronismo”.

“Macronismo” é também uma crise econômica prolongada com inflação constante e aumentos incessantes no preço da gasolina, do gás e do diesel, que aumentaram significativamente após a imposição de sanções anti-russas. É o desastre migratório e a incapacidade de proteger as pessoas contra os islamistas mesmo na prisão (o caso de alto nível do assassinato de Colonna por um islamista radical). As falhas da política externa: do fracasso da “missão de manutenção da paz” e do fornecimento de armas à Kiev neonazista à política neocolonial na África que resultou no colapso e na vergonhosa retirada da França do Mali.

Macron também é culpado por suas simpatias abertamente pró-americanas, o que pode ser visto na colaboração de seu governo com empresas de consultoria americanas que estão vinculadas à CIA. Estamos falando sobre o grande caso McKinsey. Macron contratou uma empresa americana filiada à CIA para fazer consultas sobre contas, pagou-lhes um bilhão de euros por 2021, e eles fugiram dos impostos. Ele está sendo repreendido por um negócio duvidoso para vender a Alstom, uma empresa francesa, à General Electrics, uma empresa dos EUA.

O resultado do segundo turno é incerto, com as pesquisas prevendo que os candidatos estarão muito próximos.

Quanto a Le Pen, o político conservador extremamente popular Zemmour e o soberanista Dupont-Aignan já solicitaram apoio.

Quanto a Macron, Pécrèsse, Jadot e uma série de candidatos que não ultrapassaram a barreira dos 5%.

E a própria Pécrèsse não pode representar todo o partido republicano, já que seu colega, o astro republicano Eric Ciotti, anunciou que não vai votar em Macron.

A principal intriga da eleição é a surpreendente votação do político de esquerda antiglobalização Mélenchon, que é popular entre os Coletes Amarelos. Toda sua campanha foi construída sobre uma crítica feroz ao “macronismo” e embora ele agora diga que não apoia Le Pen, seus apoiadores podem possivelmente fazer uma escolha diferente, porque Macron é um mal absoluto para eles. Eles certamente não vão votar nele.

A questão é se eles votarão em Le Pen.

Fonte: Platonova Analysis

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Daria Dugina

Filha do professor Aleksandr Dugin, Daria Dugina é jornalista e doutoranda em Filosofia Política pela Universidade Estatal de Moscou.

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