As classes populares não podem ser responsabilizadas pela pandemia e pela catástrofe sanitária brasileira.
Ainda há pouco, pedalando rumo ao almoço, encontrei uma manifestação popular bloqueando as ruas. Com a intensificação do coronavírus no Pará, o governo estadual vem aderindo, mais uma vez, às medidas de lockdown. O povo estava protestando contra tais medidas.
Sim, a pandemia é real. Mas o povo não é idiota.
Cartazes com os dizeres “A culpa não é nossa!” e “Precisamos trabalhar!” ocupavam as avenidas. Afinal de contas, como você exige “responsabilidade social” de quem já se contaminou durante todo 2020, de quem já perdeu parentes, e de quem nunca teve o privilégio de se isolar em primeiro lugar, sendo obrigado a encarar transportes públicos superlotados?
Para completar, o sub-humano na presidência cortou de vez o auxílio emergencial. Como você concilia uma situação destas com um lockdown se aproximando? O pequeno negócio fecha as portas e as megacorporações seguem intactas.
A mídia burguesa, como sempre, atribui a culpa da contaminação à aglomeração de pobre na praia. É similar às campanhas de conscientização do desperdício da água, estas que são voltadas ao indivíduo, CULPANDO o indivíduo comum, sendo que mais de 70% do desperdício da água vem do agronegócio.
Não poderia ser diferente com o coronavírus: a CULPA da pandemia é do TURISMO pequeno-burguês e da GESTÃO da elite política, que nada mais é que um braço dos INTERESSES FINANCEIROS DOS USURÁRIOS APÁTRIDAS QUE ESCRAVIZAM ESSE PAÍS.
A culpa é, como sempre, da elite. E não merecemos pagar por isso.