Os 2 Grandes Mistérios da Guerra Árabe-Israelense de 1973

Escrito por Eric Margolis
A Guerra Árabe-Israelense de 1973, chamada também de Guerra do Yom Kippur, foi um conflito que viu a Síria e o Egito tomarem a iniciativa para tentar recuperar territórios e posições perdidas em conflitos anteriores com a entidade sionista, o que quase conseguiram. Alguns mistérios, porém, sondam essa guerra.

Há quarenta e sete anos, o Egito e a Síria lançaram um ataque surpresa maciço contra as forças israelenses entrincheiradas em fortificações ao longo do Canal de Suez e das Colinas de Golã. O objetivo “limitado” dos árabes era recapturar ambas as áreas estratégicas que haviam sido tomadas dos dois estados árabes na guerra israelense vitoriosa de 1967.

Re-armados com armas soviéticas modernas – mas de forma alguma de boa qualidade -, o Egito e a Síria procuravam fazer os israelenses recuarem, esperando então que as grandes potências impusessem uma trégua. Foi uma estratégia extremamente falha, que garantiu aos israelenses fortemente armados o controle da iniciativa militar com sua superioridade em poder aéreo e blindados.

No início, o ataque surpresa árabe pegou Israel despreparada. As forças blindadas de reserva israelenses ainda estavam no depósito quando os blindados e a infantaria egípcia e síria cruzaram as linhas do cessar-fogo de 1967.

Avisos do ataque iminente por parte do espião israelense mais importante, Ashraf Marwan – espantosamente o genro do falecido presidente egípcio, Gamal Abdel Nasser – foram ignorados ou desprezados em Israel, que ainda estava cheia de arrogância por causa de sua vitória unilateral, auxiliada pelos EUA, na Guerra de 1967.

Este foi o primeiro grande mistério da Guerra de 1973. Marwan era realmente um espião do Mossad ou um agente duplo, como o Egito alegou mais tarde, desinformando Israel na época da ofensiva árabe? Marwan caiu para a morte – ou foi empurrado – de um apartamento em Londres, anos depois.

Os blindados sírios avançaram até as Colinas de Golã a partir de suas posições iniciais nas planícies a leste de Golã e do maciço do Monte Hermon.

O assalto árabe inicial foi um sucesso notável. Eu caminhei por grande parte do Canal de Suez logo após a guerra e fiquei surpreso que os engenheiros militares egípcios tivessem conseguido passar tantos tanques e homens através do amplo canal sob fogo inimigo.

Igualmente impressionante foi a infantaria egípcia usando novos mísseis soviéticos Sagger anti-tanque altamente eficazes e unidades de defesa aérea empregando mísseis antiaéreos SAM-6 para embotar os contra-ataques israelenses. Centenas de tanques israelenses M40 e M60, fornecidos pelos EUA, e 20% da formidável força aérea israelense foram destruídos.

A maioria dos 15 fortes Bar Lev de Israel construídos para defender o Canal de Suez foram tomados. Como conhecedor de fortificações modernas, fiquei fascinado ao explorar as fortalezas israelenses caídas. A Síria infligiu pesadas baixas aos blindados israelenses que defendiam as Colinas de Golã e seus fortes.

O segundo grande mistério da guerra diz respeito à luta selvagem por Golã. Os blindados sírios e as divisões mecanizadas tinham conseguido chegar ao topo das Colinas de GOlã, de onde olharam para baixo para a Galiléia e para a maior parte do norte de Israel. Não sabemos se a Síria pretendia entrar na Galiléia, antigamente uma área fortemente árabe, ou tentar defender a linha de Golã. Mas saíram ordens do QG sírio para deter a ofensiva quando a estrada para a Galileia e para as pontes do rio Jordão estavam bem abertas. Por que os sírios pararam seu avanço quando a vitória estava ao seu alcance?

A resposta permanece um mistério. Mas a melhor suposição é de que os satélites espiões soviéticos viram Israel mover 13 mísseis Jericó de cavernas em duas bases aéreas e afixar suas ogivas nucleares de 20 quilotoneladas. Moscou advertiu imediatamente Washington e a seus aliados árabes, ambos temendo um iminente ataque nuclear israelense contra alvos que incluíam Damasco e Cairo.

Assim, tanto o Egito como a Síria interromperam seus avanços. As forças israelenses, fortalecidas pela chegada de poderosas divisões blindadas de reserva, tomaram a iniciativa e conseguiram uma brilhante vitória que incluiu atravessar o Canal e cercar o IIIº Corpo do Egito. Os combates terminaram depois que Israel fracassou na tentativa de tomar o Suez e cidades a caminho de Damasco. Ameaças de intervenção soviética e o reabastecimento americano de quase todas as armas perdidas por Israel levaram a Guerra de 1973 ao fim.

O Egito recuperou o Sinai – a Síria e os palestinos não conseguiram nada. Os EUA se afundaram cada vez mais nos turbulentos assuntos do mundo árabe. Depois de um mau terrível, Israel triunfou como a principal potência militar do Oriente Médio.

Fonte: Eric Margolis

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Nova Resistência
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