Pós-estruturalismo e Pedofilia: O Caso PC Siqueira

Você que está chocado com as acusações de pedofilia contra o youtuber PC Siqueira: já ouviu falar na famosa ‘Carta aberta sobre a revisão da lei sobre ofensas sexuais envolvendo menores‘? Trata-se de uma das muitas cartas e petições que foram redigidas na França, no final da década de 1970, pedindo pela mudança da idade de consentimento sexual de 15 anos para 12 anos.

Mas que isso tem a ver com PC Siqueira?

A carta supracitada foi assinada por muitos intelectuais franceses da corrente pós-estruturalista, como Jean-Paul Sartre, Michel Foucault, Simone de Beauvoir, Jacques Derrida, entre outros. PC Siqueira, assim como a maioria esmagadora dos seus fãs e agora também uma boa parcela de seus “odiadores”, bebem, quer saibam disso ou não, do pensamento pós-estruturalista.

O pós-estruturalismo teve um impacto muito grande nos movimentos progressistas do mundo inteiro. Resumindo de maneira grosseira: trata-se de um pensamento que leva às últimas consequências a ideia de que a realidade apreendida pelo ser humano é um emaranhado de construções sociais, e entende que não há uma realidade humana objetiva, ou melhor dizendo, não há uma realidade que não seja social e psíquica.

Esse pensamento deu margem ao nascimento da teoria queer, por exemplo, que supõe que seja possível “desconstruir” a ideia de gênero tradicional para “construir” algo completamente diferente, partindo do pressuposto pós-estruturalista de que o gênero existe, de fato, somente numa dimensão social. O feminismo radical já segue uma direção contrária: prega a abolição completa do gênero, também partindo da ideia de que há somente uma dimensão social e psíquica do gênero. É muito comum que estas pessoas, caso sigam as consequências lógicas desse pensamento, também sejam favoráveis à legalização de todo tipo de droga, como é o caso do PC Siqueira.

A verdade é que, na prática, o pós-estruturalismo dá margem para a relativização de basicamente qualquer coisa, e ainda que esta não tenha sido a intenção de seus autores, trata-se de um pensamento muito perigoso e suas consequências práticas já são sentidas hoje.

Ainda que seus seguidores possuam limites éticos e morais, não há, na filosofia pós-estruturalista, um limite moral tão claro. Afinal de contas, limites também seriam apenas construções.

Imagem padrão
Mihael Quintella

Acadêmico de psicologia, atleta de karatê e liderança da célula paraense da NR.

Artigos: 51

Um comentário

  1. Ate mesmo usar a palavra gênero em vez de sexo para se referir ao mesmo já é uma subversão da linguagem feita pelo status quo liberal, já que o próprio conceito de gênero já implicaria que é socialmente construído. Devemos usar sexo e não permitir que eles continuem a manipular através da linguagem.

Deixar uma resposta