Nova Iorque ficará pior do que a Lombardia ou Wuhan

O número de casos e mortes pelo novo coronavírus nos EUA crescem vertiginosamente e fora de controle. Nesse momento, morre uma pessoa a cada 9 minutos apenas na cidade de Nova Iorque. Sem sistema de saúde público, até mesmo os jovens estão começando a morrer como moscas nos EUA, às portas de hospitais privados que só pensam no lucro. Em poucas semanas, a “Grande Maçã”, o coração do Ocidente atlantista se tornará um inferno na terra.

A situação é cataclísmica nos Estados Unidos, onde há por enquanto 124.356 infectados pelo novo coronavírus, com pelo menos 2.236 mortos. São 25% dos casos ativos no mundo inteiro e a tendência é piorar. A pandemia se abate com força máxima sobre a cidade de Nova Iorque onde morreram nas últimas 24 horas 222 pessoas, uma pessoa a cada 9 minutos, segundo as últimas estatísticas. Só na cidade de Nova Iorque são 30.765 casos positivos, mais da metade dos casos do estado de Nova Iorque, que somam 53.455. Em outras palavras, a cidade é responsável por pelo menos 28% dos casos do país. Pelas estatísticas de ontem o bairro mais atingido da cidade de Nova Iorque era o Queens com 8.529 casos, seguida pelo Brooklyn com 7.091, o Bronx com 4.880 e Manhattan com 4.627.

Se essa tendência de crescimento continuar no mesmo ritmo em que se encontra, em breve a cidade de Nova Iorque ultrapassará toda a região italiana da Lombardia e a cidade chinesa de Wuhan como foco de difusão do covid-19. A título de comparação, a esta altura são 39.415 casos confirmados na Lombardia e 5.944 mortos. Enquanto em Wuhan são 50.006 casos confirmados e 2.524 mortos. É questão de dias até que Nova Iorque se torne a área mais atingida pelo novo coronavírus no planeta.

A culpa por esse crescimento vertiginoso tem recaído sobre o prefeito de Nova Iorque Bill de Blasio, que há duas semanas orientou aos nova-iorquinos que seguissem com suas vidas normalmente e só ficassem em casa caso se sentissem doentes. Nova Iorque também foi uma das metrópoles americanas que fizeram menos testes.

As expectativas para o futuro de Nova Iorque e dos Estados Unidos como um todo são as piores possíveis. Ao caos político de um país tão dividido quanto os EUA estão hoje, se soma a inexistência de um sistema público de saúde tal como existe na maioria dos países civilizados. As previsões do já clássico estudo do Imperial College apontam para a possibilidade de até 2.2 milhões de mortos, mais do que todas as mortes americanas em guerra somadas até hoje e mais de três vezes o número de mortos pela gripe espanhola.

Que impacto tantas mortes terão sobre a já frágil psique americana?

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Raphael Machado

Advogado, ativista, tradutor, membro fundador e presidente da Nova Resistência. Um dos principais divulgadores do pensamento e obra de Alexander Dugin e de temas relacionados a Quarta Teoria Política no Brasil.

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