A propriedade deve estar a serviço do bem-comum:

Para que deve servir a propriedade? Segundo filósofos que vão do pensamento clássico ao socialista, passando pelo medieval e pelo pensamento social de várias religiões, a função da propriedade é garantir a existência material da comunidade humana e proporcionar oportunidades para o seu próprio desenvolvimento pessoal, garantindo o bem comum.

A propriedade, no sistema capitalista, cumpre essa exigência? Não. No sistema capitalista, a propriedade tem como finalidade permitir, a quem a possui, ampliá-la cada vez mais, expropriando outros proprietários (afinal, não é possível acumular propriedade sem expropriação) e através da exploração dos não-proprietários.

Não existe outra finalidade para a propriedade capitalista além da mera acumulação e ampliação infinitas. Estamos diante de um fenômeno que é essencialmente cancerígeno na forma no qual ele opera. Esse processo de acumulação tende a um único destino possível: o dia no qual toda propriedade pertencerá a um único proprietário, e todos os outros homens serão não-proprietários.

Parece absurdo? Mas essa tem sido a própria história do desenvolvimento capitalista, com o número de empresas em cada setor da economia diminuindo cada vez mais, na medida em que esses setores passam a estar sob o controle de oligopólios e, eventualmente, de monopólios.

Neste sentido, a propriedade capitalista é essencialmente ilegítima e seu questionamento é fundamentalmente natural e está de acordo com o respeito às mais elevadas aspirações espirituais, psicológicas e materiais do homem.

A propriedade capitalista, essencialmente alienadora e expropriadora, deve ser substituída, através da ação revolucionária, por formas de organização de propriedade mais condizentes com a necessidade de obediência ao bem comum: propriedade estatal, propriedade cooperativa, propriedade familiar, e várias outras possibilidades já experimentadas, em alguns casos, ao longo de séculos ou milênios.

Não chegamos ao Fim da História. Não alcançamos o fim da disputa ideológica pelo destino do homem. O liberalismo não venceu. Ele apenas derrotou dois de seus rivais (fascismo e comunismo). Mas nenhuma vitória mudará o fato de que o liberalismo é contrário à natureza humana (e a existência da própria civilização!), e que o modo de produção capitalista tende à escravidão e eventual destruição da humanidade.

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