O ethos mítico-heroico de Che

“Entre Guevara e Mishima, entre o intelectual sul-americano que buscou uma morte bela nas trincheiras dos libertadores e dos caudilhos de um passado românico e o escritor japonês que, através de seu espetacular harakiri, afirmou a ética do heroísmo, existe uma fidelidade comum aos valores tradicionais” (Ludovico, Garruccio. Momenti dell’ esperienza politica latino-americana. Tre saggi su populismo e militari in America Latina, Bologna, 1974).

Ernesto Che Guevara, guerrilheiro, revolucionário argentino, aventureiro, desbravador e amante das regiões sinuosas da guerra e do perigo, nas palavras de Juan Perón“um exemplo de conduta, desprendimento, espírito de sacrifício, renúncia”, foi indubitavelmente um dos principais nomes e um dos grandes heróis dos povos da civilização Latinoamericana. Seu nome ecoa por gerações, mobilizando e fomentando revoltas em todo o mundo como um mito genuíno (no sentido soreliano do termo).

As concepções tático-estratégicas de Che acerca do Foquismo possuem uma atualidade e uma aplicação assombrosa: operar desgastes progressivos nas estruturas e nos mecanismos político-deliberativos do imperialismo a partir da criação de focos regionais de incêndio, de modo a minar o poderio americano de baixo para cima, bem como causar danos, perdas e rupturas na hegemonia militar dos países da OTAN: eis o imperativo da vitória!

Dizia Guevara: “Podemos vislumbrar um futuro radiosos se, dois, três, muitos Vietnãs florescerem através do mundo”. E dizemos nós, a partir de uma perspectiva quarto-teórica: podemos vislumbrar diante de nós um horizonte luminoso se um, dois, três, quatro, muitos Exércitos Zapatistas de Libertação Nacional; cinco, seis, sete, centenas de rebeliões Houthis; oito, nove, dez, milhares de Novorossiyas; onze, doze, treze, bilhões de Revoluções Iranianas; quatorze, quinze, dezesseis, muitas resistências sírias alçarem suas armas contra o domínio ianque em suas Pátrias.

Em ocasião de seu aniversário, a lembrança da vida e da epopeia de Che nos remete a memória de um homem íntegro, com gostos e apetites superiores, comprometido com um ideal que fez transcender pela via trágica do guerreiro, da mesma maneira que nos remete à necessidade cada vez mais urgente de se investir nas diversas resistências regionais ao redor do mundo e nos diversos processos de libertação nacional. A Nova Resistência, como organização patriótica, dissidente e anti-imperialista, apoia todas as formas de resistência e de guerra popular anti-americana e anti-imperialista ao redor do planeta. O combate derradeiro é contra o imperialismo e o único inimigo real é o globalismo.

Levantemos nossas espadas contra ele para que sua morte não tarde a chegar.

ERNESTO CHE GUEVARA, PRESENTE!

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