Ayrton Senna e o Amor Fati

Hoje foi aniversário da morte de Ayrton Senna.

Morreu no Dia do Trabalhador aquele que foi durante alguns anos a maior alegria do trabalhador brasileiro. Era como uma espécie de símbolo nacional vivo, um homem que incorporava as aspirações de milhões de pessoas de um mesmo país. Enquanto personagem, trata-se de uma figura bastante nietzscheana. Movido pela vontade pura, mesmo em condições extremamente desvantajosas, absolutamente ousado, sempre se arriscando mais que todos os outros pilotos. Ele sabia que morreria, e talvez dê para dizer que sabia quando e onde. Uma espécie de “sombra” jazia sobre ele naquele fim de semana trágico. Após a quase morte de Barrichelo dois dias antes, e a morte de Ratzenberger um dia antes, parecia que ele sentia “algo”. Recomendaram que ele desistisse daquela corrida, abandonasse a vida de piloto: ele disse que não poderia parar de correr. Amor Fati. Tal como seu esporte, ele também é uma espécie de personagem futurista clássico (no sentido de Marinetti): amante da velocidade, fundido à máquina, superando a mediocridade “natural” humana para desafiar as leis da física e as possibilidades humanas.

Morreu como Mishima dizia que os homens deviam morrer: jovem e no auge. Foi verdadeiramente um herói no sentido clássico, um homem perpetuamente em busca da Aretê, preparado para morrer pela glória.

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Raphael Machado

Advogado, ativista, tradutor, membro fundador e presidente da Nova Resistência. Um dos principais divulgadores do pensamento e obra de Alexander Dugin e de temas relacionados a Quarta Teoria Política no Brasil.

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